COMBATE AO MOSQUITO: Ministério da Saúde anuncia Dia D nacional para combater a dengue.
Mobilização acontece neste sábado (2), como união do governo
federal com estados, municípios e sociedade. Pasta também autorizou incremento
financeiro de R$23,4 milhões para ações de controle.
O Brasil tem apresentado, em 2024, um aumento expressivo de
casos de dengue, importante problema de saúde pública no país há cerca de 40
anos. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde está em constante
monitoramento, acompanhando o cenário epidemiológico e direcionando ações
estratégicas de prevenção e cuidado. O controle da dengue e do mosquito Aedes
aegypti estão entre os maiores desafios da saúde pública no Brasil e no mundo,
exigindo ações de todas as esferas da gestão e participação ativa da população.
Nesta terça-feira (27), o Ministério da Saúde atualizou o cenário e as ações de
controle. Entre as novidades, está a realização do Dia D no próximo sábado, 2
de março, uma mobilização nacional para reforçar as ações de prevenção e
eliminação dos focos do mosquito, com o tema ‘10 minutos contra a dengue’.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a mobilização
em todo o país. “Faço aqui um chamamento à sociedade, aos profissionais de
imprensa, para que estejam conosco no Dia D - Brasil unido contra a dengue, no
próximo sábado. Este é um momento de atenção não só das autoridades sanitárias,
do Ministério da Saúde, mas também de toda a sociedade”, alertou. “Ainda que
essa pauta esteja concentrada na saúde, há uma importante discussão
interministerial para enfrentamento dessa doença a médio e longo prazo, para
isso temos reforçado ações estruturantes, com o papel fundamental do Presidente
Lula nessa articulação”, complementou.
O aumento no número de casos neste período do ano não era
esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das
epidemias entre março e abril. Os motivos para esta situação diferente do
esperado têm raízes múltiplas, mas as alterações climáticas, em especial na
época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, são alguns
dos principais fatores. A imunidade para dengue é sorotipo-específica, então a
circulação de diferentes sorotipos aumenta o risco de disseminação da doença
porque alcança parte da população sem defesas (imunidade).
Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de
dengue 1 em níveis acima do esperado histórico. Dessas, 15 estão com tendência
crescente e espera-se que essa tendência persista pelo menos até o final de
março, em boa parte do país. Além disso, é importante ressaltar que outros
vírus podem estar circulando, como o oropouche, na região Norte. Daí a
importância dos esforços feitos para fortalecer a vigilância sentinela e
virológica. Desde o início de 2024 até agora foram notificados cerca de 973 mil
casos suspeitos de dengue no país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, com 195 óbitos confirmados e 672 em investigação.
Entre as ações estratégicas coordenadas pelo Ministério da
Saúde está a ampliação para R$ 1,5 bilhão os recursos para emergências, como o
enfrentamento da dengue. Em 2023, a pasta já havia reservado R$ 256 milhões
para esse fim. Além disso, houve otimização para acelerar a liberação de
recursos para estados e municípios que decretarem emergência, seja por dengue,
outras arboviroses ou situações que acometam a saúde pública. Nesta
terça-feira, o primeiro repasse foi autorizado, totalizando R$23,4 milhões para
municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, além do Distrito
Federal.
Para ampliar e agilizar a organização de estratégias de
vigilância, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência
- COE Dengue, em atuação coordenada com estados e municípios. A medida permite
uma análise minuciosa, porém ágil, dos dados e das informações para subsidiar a
tomada de decisão e definição de ações adequadas e oportunas para o
enfrentamento dos casos.
Também foram realizadas visitas técnicas em apoio aos estados
do Paraná, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal para organização dos serviços
de assistência e um Curso de Qualificação em Arboviroses, em parceria com o
Conasems, voltado para os profissionais de saúde: mais de 40 mil profissionais
já participaram. Ainda juntamente com o COE Dengue, o Ministério da Saúde se
reuniu com prefeitos, governadores, agentes de saúde, sociedades científicas e
entidades médicas, para alinhamento de ações efetivas.
Combate ao mosquito nas escolas
Em mais um importante passo para o enfrentamento das
arboviroses, o governo federal lançou, na última quarta-feira (21), uma
mobilização nas escolas públicas do país contra o mosquito Aedes aegypti. Além
de chamar e sensibilizar estados e municípios, a ação também faz parte da
retomada do Programa Saúde na Escola, reestruturado em 2023 e marca a união de
esforços dos Ministérios da Saúde e da Educação, ressaltando a urgência de
combater o mosquito. Serão 20 semanas de atividades e engajamento das comunidades
escolares. No âmbito do programa, 25 milhões de estudantes serão orientados em
mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Realizado durante a semana de abertura do calendário escolar
das escolas públicas, o evento “Brasil unido contra a dengue: combate ao
mosquito nas escolas” foi aberto à comunidade local. Agentes de Combate às
Endemias estiveram presentes para demonstrar a importância da eliminação de
focos do mosquito e reforçar seu papel de proteção junto à comunidade. Segundo
o 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o
Levantamento de Índice Amostral (LIA) do Ministério da Saúde, 75% dos
criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos
de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em
geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em
depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros).
Outras ações estratégicas para enfrentamento das arboviroses
Em novembro de 2023, como parte das ações de comunicação
regionalizada, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de mobilização
social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse
cenário epidemiológico. Em dezembro, foi instalada a Sala Nacional de
Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com
maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de
vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.
Ainda em novembro, a pasta emitiu uma Nota de Alerta sobre o
aumento de casos de dengue e chikungunya no território nacional. Diante disso,
o Ministério da Saúde qualificou, ano passado, cerca de 12 mil profissionais de
saúde, entre médicos e enfermeiros, para atuarem como multiplicadores para
manejo clínico, vigilância e controle da doença. A medida permitirá a rápida
identificação da doença.
O Ministério da Saúde normalizou os estoques de inseticidas,
que estavam em situação crítica desde o início de 2023. Todos os estados estão
abastecidos com os insumos. O reabastecimento também foi possível para os
testes diagnósticos de controle da dengue: 126,04 mil reações de teste
sorológico foram distribuídas, além de 47,6 mil unidades de exames de biologia
molecular. Houve aquisição, ainda, de sais de reidratação oral, equipamentos
portáteis para contagem de hemácias e de plaquetas.
A nova gestão do Ministério da Saúde também expandiu, em
2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses.
A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis
municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina
(PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na
pesquisa. Além disso, o Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o
imunizante no sistema público universal.
O Ministério da Saúde reforça, no entanto, que a principal
medida de prevenção é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a
importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários
de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros.
Fique atento!
Em caso de febre, dor de cabeça, dores atrás dos olhos ou no
corpo, náuseas e manchas na pele, procure imediatamente a Unidade Básica de
Saúde mais próxima de sua casa. Não faça uso de medicamentos sem conhecimento
médico.
Fonte: Ministério da Saúde
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