É dengue, gripe ou covid? Saiba como diferenciar cada infecção.
Segundo especialistas, as três doenças são causadas por
vírus, mas a maneira como são contraídas e a forma como devem ser tratadas se
distinguem.
O Brasil ultrapassou 762 mil casos de dengue neste ano.
Também foram registradas 150 mortes pela doença — e 523 mortes estão em
investigação, segundo dados do Ministério da Saúde. Em meio à epidemia de
dengue que avança no país, o número de casos de Covid-19 também cresce. Somente
na última semana foram notificados 45.177 novos casos da infecção.
Tanto a dengue, como a Covid-19 e a gripe são doenças são
causadas por vírus. Mas, ao contrário da Covid e da gripe, a dengue precisa do
vetor — o mosquito Aedes aegypti — para que a transmissão da doença
ocorra. Os sintomas das infecções são praticamente os mesmos, mas a evolução de
cada uma é diferente, como explica o médico infectologista Fernando Chagas.
“Os sintomas nos direcionam muito para o diagnóstico. Por
exemplo, num cenário onde a dengue está circulando, pessoas com febre que
apresentem dor no corpo, dor de cabeça, dor ao redor dos olhos, dor articular
até que se prove o contrário — a gente considera de fato que seja dengue.
A dengue não costuma pegar o sistema respiratório, então você não vai ver uma
pessoa com dengue, com coriza, com dor de garganta, com tosse e acometimento
pulmonar. Pode acontecer, mas é uma situação extremamente rara”, explica.
Conforme o infectologista, é mais difícil diferenciar a gripe
da Covid-19. “A gripe e a Covid elas se confundem muito nos seus sinais e
sintomas. Então, sempre que você tiver sinais e sintomas gripais: coriza,
febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, é importante avaliar
com o médico a possibilidade dessas duas doenças. Então a gente considera
também o contexto desse vírus que está circulando”, diz.
No entanto, o especialista destaca que é importante realizar
exames para confirmar o diagnóstico.
“Nos três primeiros dias da dengue, até o quinto a gente pode
fazer um exame chamado NS-1. É um teste rápido que tem em vários serviços de
saúde. Positivando a probabilidade de ser dengue já é fechado. No caso das
doenças respiratórias, a gripe e a Covid-19, o diagnóstico é até mais fácil do
que a dengue. Porque todos eles existem testes bem mais rápidos. Por exemplo, a
Covid faz aquele teste com cotonete no nariz e sai imediatamente o
diagnóstico. No caso da gripe, também tem esse teste”, ressalta.
Como se prevenir contra a gripe e Covid-19?
Tanto a gripe como a Covi-19 são transmitidas por via
superior aérea e ocorre de uma pessoa doente para outra por gotículas de
secreções respiratórias, como tosse e espirro. Além da vacinação, Chagas
destaca as outras medidas de prevenção contra as infecções:
“Qualquer pessoa com sintoma tem que usar máscara para não
passar para que não tem sintoma, para quem não está com o vírus. E também a
higienização das mãos. A higienização das mãos é fundamental porque muitas
vezes a transmissão vem das mãos da gente mesmo. A gente tocou no ambiente
contaminado, em secreção de alguém que estava com a doença e no ato de coçar os
olhos, passar o dedo no nariz e na boca, a gente joga o vírus para dentro do
corpo”, explica.
Como se prevenir contra a dengue?
A principal forma de prevenção contra a dengue é evitar a
procriação do mosquito Aedes aegypti. O infectologista destaca que quase 80%
dos casos de dengue são provocados por mosquitos no próprio ambiente
domiciliar.
“A gente precisa lembrar que os mosquitos têm um período de
desenvolvimento de média 7 a 10 dias. Então, se você limpa a sua casa e o
terreno ao redor da sua casa uma vez por semana, você diminui muito as chances
do desenvolvimento do mosquito. Lembra também dos ralos. É importante que eles
fiquem tampados. Uma grande estratégia é o uso de repelentes, especialmente
repelentes que possuem uma substância chamada icaridina. Não precisa passar o
dia todo de repelente, basta utilizar no finalzinho da tarde porque é o período
onde o mosquito sai para tomar o sangue”, diz.
Chagas ainda destaca que a vacinação é outra importante
estratégia de prevenção contra a dengue.
“A vacina que está sendo aplicada nos adolescentes de 10 a 14
anos em todo o país é uma excelente estratégia. Não é nem intramuscular, então
a pessoa não pode nem dizer que tem medo por conta da dor. É uma vacina
intradérmica, parece aquela picadinha da insulina. É uma vacina maravilhosa,
tem uma proteção de mais de 95%. Pena que tem muito pouco, mas é importante que
os adolescentes sejam vacinados, porque a gente já tira uma importante
população muito acometida pela doença do alvo”, adverte.
Vacinação contra a dengue
A vacinação contra a dengue já iniciou em pelo menos 11
estados selecionados pelo Ministério da Saúde. Nesta semana, a vacinação foi
iniciada em diversos municípios do estado de São Paulo, além de Manaus (AM),
João Pessoa (PB), Natal (RN) e no Rio de Janeiro (RJ).
A imunização também já havia começado no dia 9 de fevereiro
no Distrito Federal e em Goiás, duas das unidades da federação com maiores
índices de casos. Também as capitais Campo Grande (MS), Salvador (BA), São Luís
(MA) e Rio Branco (AC) já começaram a vacinar.
Na última quinta-feira (22), as primeiras remessas das
vacinas chegaram aos estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Roraima.
Fonte: Brasil 61 -
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