Ministério define esta semana calendário de vacinação contra dengue.
Imunização de crianças e jovens de 10 a 14 anos começa este
mês
O Ministério da Saúde definirá esta semana o calendário de
vacinação contra a dengue, segundo informou a ministra Nísia Trindade, em
visita ao Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (5). O governo já havia divulgado
que a imunização, inicialmente de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos,
começa neste mês nos municípios selecionados.
"Hoje, nós vamos trabalhar com a faixa de 10 a 14 anos
de idade naqueles municípios que apresentaram, nos últimos anos, o quadro mais
intenso de dengue e também onde circula mais o sorotipo 2, que é aquele que
está muito associado a essa explosão de casos que temos visto em algumas
cidades e, muitas vezes, com agravamento", disse a ministra.
Destacou, a seguir, que a vacina é um instrumento importante
na luta contra a dengue, mas que ela não terá um efeito imediato. Por isso,
ressaltou, a eliminação de água parada dentro das casas, que são focos de
proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, é
fundamental para a prevenção da doença.
"Neste momento, ela [a vacina] não oferece uma resposta
para a situação atual porque ela é aplicada com o intervalo de três meses, já
que é uma vacina de duas doses. Ela é muito importante, mas será uma estratégia
progressiva para ter um impacto que a gente espera de controlar a dengue e, no
futuro, não ter mais a dengue como um problema tão importante de saúde
pública", explicou.
Imunização
Junto com a aplicação da vacina, o Ministério da Saúde fará
pesquisas em alguns locais para acompanhar a efetividade da imunização.
"É uma vacina eficaz e segura. Mas ela terá que ter uma
ampliação. O Ministério da Saúde lidera o esforço nacional para vermos a
capacidade de ampliação com a vacina atual, já aprovada, da Takeda, com a
vacina candidata, do Instituto Butantan, que recentemente publicou seus
excelentes resultados de pesquisas de fase 3. Então, vai ser um esforço
nacional", afirmou a ministra.
Nísia Trindade disse afirmou que o governo federal está
trabalhando em um plano para ampliar os locais de soltura de mosquitos Aedes
aegypti infectados com a bactéria Wolbachia. A bactéria impede que os vírus
causadores de doenças como dengue, zika e chikungunya se desenvolvam dentro do
mosquito.
A ministra esteve no Rio de Janeiro para inaugurar o primeiro
dos dez polos de atendimento para pacientes com suspeita de dengue que serão
abertos até o fim desta semana na cidade.
Nos polos, os pacientes poderão fazer testes rápidos de
detecção da dengue e receberão um primeiro atendimento, que inclui a hidratação
com soro. Caso haja necessidade, os pacientes serão encaminhados para
internação em unidades hospitalares. A cidade entrou nesta segunda-feira em
situação de emergência devido ao aumento de casos da doença.
"O Rio teve 11 mil casos de dengue [em janeiro]. A gente
chegou a 360 internações na cidade e isso tem um impacto importante na rede
assistencial. Por isso, hoje a gente amplia nossa capacidade instalada visando
atender todas as pessoas que tenham sintomas de dengue. A gente pede para
qualquer pessoa que tenha dor no corpo, que tenha febre, que tenha dor de
cabeça que procure uma unidade básica de saúde e também um dos nossos polos de
atendimento", disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Agência Brasil
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