Presos que fugiram de penitenciária federal tiraram barras de ferro da parede para usar como ferramenta; veja fotos
O blog apurou que as paredes das celas estavam danificadas
pela umidade. Isso porque os locais não passavam por manutenção havia muitos
anos.
Os dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de
Mossoró, no Rio Grande do Norte, usaram barras de ferro (vergalhões) que
tiraram da própria parede das celas para aumentar o buraco que usaram para
escapar. A dupla enrolou o uniforme azul na barra de ferro para fazer menos
barulho.
Segundo pessoas ligadas à investigação, por estarem no Regime
Disciplinar Diferenciado (RRD), Rogério Mendonça e Deibson Nascimento não saem
nem para o banho de sol —que acontece em um solário individual dentro da cela.
Além disso, as celas, neste caso, não passavam por vistoria
diária.
O blog apurou que as paredes das celas estavam danificadas
pela umidade. Isso porque os locais não passavam por manutenção havia muitos
anos.
As barras de ferro foram transformadas pelos presos nas
ferramentas usadas para perfurar uma abertura na esquadria onde havia uma
luminária, entre o espaço e a cela, cujas dimensões originais eram de 20x70cm.
Veja o que se sabe sobre o caso:
👉Os dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na
Quarta-Feira de Cinzas (14). Esta é a primeira fuga registrada na história do
sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança
máxima.
👉Ambos, Rogério e Deibson, são do Acre e estavam em Mossoró
desde 27 de setembro de 2023. Eles são ligados ao Comando Vermelho, facção de
Fernandinho Beira-Mar - preso na mesma unidade - e foram transferidos para o
presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de
segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de
cinco detentos, três deles decapitados.
👉Segundo informações apuradas por César Tralli, perícias da
Polícia Federal (PF) realizadas na penitenciária após a fuga, indicam que os
presos fugiram após perfurar uma abertura na esquadria entre uma haste que liga
as celas.
Confira o passo a passo da fuga, segundo a perícia da PF:
👉A fuga foi executada através de uma haste que conectava as
celas;
👉Os detentos conseguiram acesso a esta haste ao perfurar uma
abertura na esquadria entre a haste e a cela, cujas dimensões originais eram de
20x70cm;
👉Para ampliar essa abertura, os detentos precisaram quebrar o
concreto armado utilizando os objetos artesanais encontrados na cela;
👉Na haste há uma escada metálica que dá acesso à laje de
cobertura do prédio;
👉Acima dessa laje existe apenas um teto com telhas de
fibrocimento, que foram afastadas, possibilitando com que os detentos tivessem
acesso à cobertura da edificação;
👉Havia um poste próximo da cobertura por onde supostamente
eles teriam descido;
👉Próximo à abertura do alambrado pelo qual os detentos
fugiram, há um canteiro de obras. O ponto em que desceram está a cerca de 75
metros dessa abertura do alambrado;
👉Durante o trajeto que supostamente percorreram, havia uma
câmera de segurança que, conforme relatado, não estava funcionando;
👉Os refletores do poste mais próximo do local da fuga estavam
desligados devido ao disjuntor estar desativado;
👉Além disso, os refletores externos mais próximos da área da
fuga não estavam funcionando.
Não há informações nem sobre haver alguém esperando do lado
de fora da penitenciária para resgatá-los nem sobre a quantidade de agentes
penitenciários atuando na unidade no momento da fuga.
Por Julia Duailibi, Matheus Moreira, GloboNews
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