RECORDE DE EXPORTAÇÕES: indústria nacional de máquinas fechou 2023 com desempenho histórico de US$ 14 bilhões.
Apesar do crescimento nas exportações, receita líquida de
vendas de máquinas caiu 21,7% no último ano.
A indústria nacional de máquinas e equipamentos fechou o mês
de janeiro com um total de US$ 1,1 bilhão em exportações, o que representa 7,3%
de crescimento em relação ao mesmo mês de 2023. O ano passado foi histórico
para o setor, marcado pelo bom desempenho nas exportações, que somaram quase
US$ 14 bilhões em máquinas.
Por outro lado, as importações no setor também cresceram,
tanto em relação ao mês imediatamente anterior, com alta de 4,8%, quanto em
relação ao mesmo mês do ano anterior, 7,3%. O total de exportações chegou a US$
2,3 bilhões em
janeiro contra US$ 2,1 bi em janeiro de 23.
Historicamente o setor é deficitário quando se fala em
balança comercial, pois o Brasil sempre importou mais do que exportou. Mas o
cenário vem mudando. Segundo Leonardo Silva, Analista de Economia e Estatística
da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), o
setor apresenta um crescimento nas exportações, num ritmo mais acelerado do que
o observado com relação às importações. Ele explica o que contribuiu para
isso.
“A gente vê o setor se voltando cada vez mais para o mercado
externo, isso tem apoio de entidades, fortalecendo o setor de máquinas e
equipamentos no mercado internacional. Vemos também uma ampliação do número de
países para onde ocorrem essas exportações e o volume também de produtos
exportados.”
Queda na receita líquida
Com relação às receitas de vendas de máquinas, o faturamento
das empresas em janeiro registrou queda. A redução veio tanto na comparação
mensal (0,3%) como na comparação anual, quando a redução foi de 21,7%. Segundo
a Associação que representa o setor, tradicionalmente, janeiro costuma ser pior
que o mês de dezembro. Mas os números são sazonais, e há expectativa de melhora
ao longo do ano.
“A gente espera para 2024 um crescimento na ordem de 3% na
receita total do setor. Notamos que com as taxas de juros reduzindo e
aumentando a quantidade de projetos de investimentos, o cenário pode ficar mais
positivo ao longo do ano,” analisa Leonardo Silva.
Os 3% seriam um fôlego para as empresas. “Essa melhora não
recuperaria as perdas de 2023, mas já seria uma reversão de sinal das perdas
que vêm ocorrendo nos últimos anos”, avalia o economista.
Em busca de mais competitividade
Apesar do recorde de exportações em 2023, o setor de máquinas
e equipamentos ainda enfrenta um grande desequilíbrio comercial com o mercado
externo. O que se reflete em números já que o déficit comercial — entre o que
se vende e o que se compra — chegou a US$ 12,8 bilhões em 12 meses.
A maior parte do que chega ao Brasil vem da China, EUA,
Alemanha e Itália. Depois de uma leve queda no ano passado, o país asiático
voltou a registrar crescimento no mercado nacional em 2024 e em janeiro passado
foi responsável por 32% de todas as máquinas que entraram no Brasil.
Para tentar melhorar a competitividade, a Associação que
representa o setor aposta no diálogo entre o setor produtivo e o governo. A
aposta é que a agenda seja acelerada com a aprovação da Reforma Tributária,
como explica a diretora executiva de mercado externo da ABIMAQ, Patricia Gomes.
“Tem uma expectativa grande que essa reforma venha trazer
maior competitividade para o setor. E passa também por outros pontos como o
acesso ao financiamento — tanto para produção, quanto para um financiamento
para o cliente, aqui no Brasil ou internacional, a gente tem proposto uma ajuda
de melhoria junto ao BNDES.”
A compra de insumos a preços competitivos também faz parte da
agenda do setor e vem sendo discutida com os poderes legislativo e executivo,
ressalta a diretora.
Fonte: Brasil 61 -
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