Após duas quedas consecutivas, FPM volta a crescer; prefeituras partilham R$ 4,8 bilhões na terça-feira (30).
Montante é 7,4% superior em relação ao apurado no mesmo
período do ano passado.
Após duas quedas consecutivas, o Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) volta a crescer. Na próxima terça-feira (30), as
prefeituras partilham cerca de R$ 4,88 bilhões, valor referente à terceira
parcela de abril. O montante representa um aumento real — acima da
inflação — de 7,4%, em relação à terceira parcela de abril de
2023.
Nos dois repasses deste mês, o valor recebido pelos
municípios foi inferior ao apurado nas mesmas transferências do ano passado. No
primeiro decênio, o FPM registrou queda de 0,5%, enquanto, no segundo, o tombo
chegou a quase 6%.
Cesar Lima, especialista em orçamento público, comenta o
resultado. "É uma boa notícia a quebra dessa tendência de queda. Isso é
muito bom para os municípios — um aumento real significativo de mais de
7%. Nós vamos ter que observar um pouco mais adiante, para ver se [as quedas]
realmente foram uma coisa de momento", projeta.
Justiça fiscal
Para Roberto Justus, prefeito de Guaratuba
— cidade que fica no litoral paranaense —, o FPM é fundamental não só para
o equilíbrio das contas das prefeituras, em especial as de pequeno porte, como
para trazer justiça fiscal entre os entes da federação.
"Acho que ele tinha que ser muito maior, porque a União
e os estados têm, nos últimos anos, terceirizado aqueles serviços públicos que
são de competência deles na mão dos municípios. Isso é muito injusto, porque a
gente fica com a bronca, tem que resolver. E o repasse não acompanha,
especialmente quando a gente fala em saúde e educação", critica.
Na terça-feira, o município de cerca de 42 mil habitantes
recebe cerca de R$ 1,3 milhão do FPM. Justus diz que os repasses do fundo
representam a principal fonte de receita de Guaratuba. Ele destaca a
importância disso para os cofres dos municípios paranaenses.
"A importância é grande e eu posso dizer que, conhecendo
a realidade dos demais municípios do Paraná, para eles também. A imensa maioria
dos municípios do Paraná depende do repasse para pagar as suas folhas, por
exemplo. E não estou dizendo em investimento, porque a minha capacidade de
investimento é muito pequena. Se eu quiser gastar R$ 10 milhões, vou precisar
fazer um financiamento. Para a manutenção dos serviços públicos, para que as
prefeituras continuem de pé, de portas abertas, é fundamental que esse repasse
se mantenha", afirma.
Fundeb
O FPM repassa 20% dos recursos para o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), o que nesta sexta-feira corresponde a pouco mais de R$ 1,2
milhão.
Prefeituras bloqueadas
De acordo com o Sistema Integrado de Administração Financeira
(Siafi), até a última quarta-feira (24) 13 municípios estavam impedidos de
receber o FPM.
Verifique se a sua cidade está na lista.
Brejões (BA)
Laje (BA)
Mansidão (BA)
Jordânia (MG)
Antônio João (MS)
Miranda (MS)
Barra do Bugres (MT)
Campos de Júlio (MT)
Dom Aquino (MT)
Rio Branco (MT)
Rondonópolis (MT)
São José do Povo (MT)
Braganey (PR)
Entre os principais motivos que impedem um município de
receber o FPM estão a ausência de pagamento da contribuição ao Programa de
Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep); dívidas com o INSS; débitos
com inscrição ativa pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); e falta
de prestação de contas no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em
Saúde (Siops).
Para desbloquear o repasse, o gestor público deve identificar
o órgão que determinou o congelamento. Em seguida, deve conhecer o motivo e
regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura não perde os recursos
bloqueados de forma definitiva. Eles ficam apenas bloqueados enquanto as
pendências não são regularizadas.
Fonte: Brasil 61 -
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