Dengue: tendência é de redução de casos no país, apontam dados do Ministério da Saúde.
Em 10 estados do país, o cenário de combate à doença
melhorou. Secretária de Vigilância em Saúde, no entanto, diz que é preciso
continuar em alerta.
Em sua atualização mais recente sobre o panorama nacional da
dengue, o Ministério da Saúde aponta que há tendência de redução dos casos no
país. A situação melhorou em 10 estados. Em 12 unidades da federação, as
ocorrências estão estáveis, enquanto em cinco entes houve aumento do
contágio.
Segundo Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e
Ambiente do Ministério da Saúde, o pior cenário da doença parece estar ficando
para trás, mas é preciso manter a cautela.
“Neste momento, passamos pelo pico. Subimos a montanha e,
agora, estamos descendo, mas nessa descida ainda precisamos continuar em
alerta”, afirmou durante evento na sede da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas).
O Distrito Federal e seis estados, sendo estes Minas Gerais,
São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Santa Catarina, concentram mais de
85% dos casos, mas apenas no Paraná a curva de casos continua subindo. Bahia,
Maranhão, Ceará e Sergipe completam a lista das cinco unidades da federação
onde há alta de infecções.
De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde sobre a
arbovirose, registraram-se 3.507.062 casos prováveis, 217.423 ocorrências a
mais do que na atualização anterior. O número de óbitos por conta da dengue
saltou para 1.544. A taxa de letalidade da doença continua em 0,04%.
São Paulo
O estado está entre as dez unidades da federação onde há
tendência de queda no número de casos. De janeiro até agora, 706.682 pessoas
tiveram dengue em São Paulo.
Na 15ª semana epidemiológica – entre 7 e 13 de abril – as
autoridades de saúde registraram 24 mil novos casos. O número é bem inferior ao
observado na semana anterior, quando houve 60 mil ocorrências.
O analista de sistemas Bruno Gentil, de 35 anos, mora na
cidade de São Paulo e se recupera da doença que contraiu há cerca de 10 dias.
Logo no primeiro dia, quando os primeiros sintomas apareceram, ele procurou
atendimento e orientação médica. E conta que isso foi fundamental para
conseguir se recuperar e evitar o agravamento da dengue.
“Estava orientado sobre hidratação — o máximo possível — e
repouso. A partir dali, foi simplesmente controlar a febre. Tenho certeza que
meu quadro não ficou pior por estar seguindo todas as orientações do médico”.
Minas Gerais
Também no Sudeste, Minas Gerais é outro estado que apresenta
queda no número de casos. Desde o início do ano, 1.026.290 pessoas foram
infectadas pela doença.
No entanto, o número de novas ocorrências na 15ª semana
epidemiológica foi de 10,9 mil, enquanto nos sete dias anteriores foi de 33,1
mil.
DF
Na capital federal, o cenário também melhorou. Desde janeiro,
219,5 mil pessoas foram infectadas pela doença no DF, mas na passagem da 14ª
para a 15ª semana epidemiológica, as autoridades de saúde viram a quantidade de
novos casos diminuir de 8 mil para 3,2 mil.
Amazonas
Já o Amazonas é um dos 12 estados do país com tendência de
estabilidade, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, desde
janeiro foram infectadas 9,5 mil pessoas na unidade da federação. Entre os dias
7 e 13 de abril registraram-se 172 casos. Duas mortes foram confirmadas.
Bahia
A Bahia está entre as unidades da federação que não têm o que
comemorar quanto ao cenário para a doença. Isso porque houve alta no número de
infectados na 15ª semana epidemiológica. Entre 7 e 13 de abril, as autoridades
de saúde notificaram 5,2 mil casos. Até o momento, foram confirmadas 45 mortes
por causa da dengue no estado.
Pacientes e médicos: atenção ao 4º dia da doença
Apesar da alta incidência dos casos e da necessidade de
combate ao mosquito Aedes, a dengue é uma doença que pode ser prevenida. E,
para evitar a forma grave, o tratamento rápido e adequado é fundamental. A
secretária Ethel Maciel explica que a dengue tem suas fases: “uma inicial com
muita febre e uma segunda fase — às vezes sem febre — mas é nesse momento que
os sinais de alerta podem aparecer e a pessoa precisa procurar o serviço de
saúde”.
“Queria aproveitar para alertar os profissionais de saúde —
não só a população — para prestarem atenção no quarto e quinto dia. A pessoa
chega ao serviço de saúde, relatando que teve um diagnóstico de dengue e está
se sentindo com enjoo, vômito, algum sangramento. [O profissional deve] Ficar
atento porque é um caso de dengue, que está ficando grave”.
Sintomas (Fonte: Ministério da Saúde)
Os sintomas mais frequentes da dengue são febre alta e dor de
cabeça, mas é quando esses sinais começam a ir embora, que outros aparecem,
como:
● vômitos;
● dor abdominal;
● tonturas ao se levantar;
● sangramento na gengiva e no nariz.
Gestantes e pessoas com comorbidades e doenças crônicas
precisam estar atentos a qualquer sintoma — e procurar imediatamente ajuda
médica. A mesma recomendação do Ministério da Saúde vale para pais e
responsáveis de crianças pequenas que apresentarem algum desses sinais.
Cuidados precisam continuar
Mesmo com a tendência de queda no número de casos registrados
no estado de São Paulo, a população não pode descuidar. A eliminação dos
criadouros do mosquito Aedes aegypti continua sendo a melhor forma de prevenção
contra a dengue. Por isso, o Ministério da Saúde preconiza que apenas 10
minutos semanais são suficientes para vistoriar a casa e acabar com os
possíveis criadouros do mosquito transmissor. Confira alguns cuidados:
● Olhar garrafas, pneus, calhas, caixas d'água;
● Verificar o recipiente atrás da geladeira e
climatizador;
● Inspecionar plantas e pratos que acumulem
água;
● Verificar todo e qualquer local que tenha
possibilidade de ter água parada;
● Telas e proteções nas janelas também são indicadas, além dos repelentes.
Para mais informações sobre a dengue e sobre as formas de
prevenção, acesse: www.gov.br/mosquito.
Fonte: Brasil 61 -
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