Paraíba apresentou 3ª maior proporção do país em domicílios com Bolsa Família em 2023
Proporção de domicílios paraibanos com Bolsa Família em 2023
foi a maior desde 2012, de acordo com o IBGE.
Em 2023, 38,8% dos domicílios paraibanos recebiam o Bolsa
Família, o que corresponde a 570 mil domicílios. Em 2022, essa proporção havia
sido de 35,5% e representava 483 mil domicílios. É o terceiro ano consecutivo
de crescimento, em termos relativo e absoluto, levando o indicador paraibano a
alcançar o ponto mais alto da série histórica da pesquisa desde 2012.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua 2023, divulgado nesta sexta-feira (19), pelo IBGE, e indicam, ainda,
que a proporção paraibana de domicílios com Bolsa Família (38,8%), em 2023, era
a 3ª maior do país, atrás somente das constatadas no Maranhão (40,2%) e no
Piauí (39,8%). Além disso, ficou acima das médias regional (35,5%) e nacional
(19%).
No caso do Benefício da Prestação Continuada (BPC-LOAS),
também houve alta do percentual de domicílios beneficiados, que passou de 4,8%
(65 mil), em 2022, para 5,7% (84 mil), em 2023. Por sua vez, no mesmo
comparativo, o percentual de domicílios que recebiam outros programas sociais
caiu de 3,3% (45 mil) para 3,1% (46 mil).
No ano passado, com a melhora do mercado de trabalho e o
aumento do número de beneficiários de programas sociais, a massa de rendimento
mensal domiciliar per capita chegou a R$ 5,392 bilhões, o maior valor da série
histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua,
iniciada em 2012. Na comparação com o ano anterior (R$ 4,595 bilhões), o
aumento foi de 17,3%, superior à variação verificada em nível nacional (12,2%).
Conforme a pesquisa, o rendimento médio mensal real
domiciliar per capita paraibano cresceu 16,8% em relação ao verificado no ano
anterior, tendo passado de R$ 1.133, em 2022, para R$ 1.323, em 2023, o maior
da série histórica iniciada em 2012. O valor estadual foi o terceiro maior
entre os estados da região Nordeste, atrás apenas do Rio Grande do Norte (R$
1.350) e do Piauí (R$ 1.327).
Desigualdade de rendimento na PB volta a crescer
Em 2023, a Paraíba registrou o maior Índice de Gini do
rendimento domiciliar per capita do país, de 0,559, de acordo com o módulo da
PNAD Contínua. O indicador mede a concentração de renda e a desigualdade
econômica - quanto mais próximo de zero o número, maior a igualdade de renda
entre a população do local. O resultado paraibano ficou acima dos constatados
na média do Brasil (0,518) e do Nordeste (0,509), indicando, portanto, maior
desigualdade.
Diferentemente do indicador regional, que registrou a segunda
queda consecutiva – de 0,556 (2021) para 0,517 (2022), e depois para 0,509
(2023) - o indicador estadual voltou a crescer em 2023, após ter caído em 2022
(0,558), frente ao ano anterior (0,562). Enquanto isso, no cenário nacional,
houve estabilidade.
Outro indicador que aponta para o crescimento da desigualdade
de renda no estado é o Índice de Gini do rendimento de todos os trabalhos, que
registrou a terceira alta consecutiva, subindo de 0,523, no início da pandemia
da Covid-19, em 2020, para 0,584, em 2023. Com esse valor, passou a ser o
segundo maior do país, menor somente que o registrado no Piauí (0,587), após
ter estado no topo do ranking nos dois anos anteriores. Nos cenários nacional e
regional, entre 2022 e 2023, o indicador também registrou alta, de 0,486 para
0,494 e de 0,501 para 0,509, respectivamente.
Por meio da análise de mais um indicador de desigualdade de
renda, a pesquisa mostra que, no estado, em 2023, 40% da população com os
menores rendimentos recebia um valor médio mensal real domiciliar per capita de
R$ 358, enquanto o rendimento dos 1% com os maiores rendimentos era de R$
22.680, sendo este 63,4 vezes maior que o do primeiro. Essa é a 2ª maior razão
da série histórica da pesquisa, marcada por um crescimento gradativo do
indicador a partir de 2012, interrompido apenas nos anos de 2020 (pandemia) e
2023, e cujo ponto mais alto ocorreu em 2022 (78,3 vezes).
Com o resultado verificado em 2023 (63,4 vezes), o indicador
ficou bem acima dos observados nas médias brasileira (39,2 vezes) e regional
(39,8 vezes). Além disso, entrou em sintonia com a tendência de queda observada
no cenário regional nos dois últimos anos. Na média nacional, após a queda em
2022, frente a 2021, houve estabilidade entre 2022 e 2023.
Por g1 PB
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