Teto de juros do consignado do INSS cairá para 1,68% ao mês.
Novo limite foi definido pelo Conselho Nacional da
Previdência Social
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) pagarão menos nas futuras operações de crédito consignado. Por 14
votos a 1, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta
quarta-feira (28) o novo limite de juros de 1,68% ao mês para essas operações.
O novo teto é 0,04 ponto percentual menor que o limite atual,
de 1,72% ao mês, nível que vigorava desde fevereiro. O teto dos juros para o
cartão de crédito consignado caiu de 2,55% para 2,49% ao mês.
Propostas pelo próprio governo, as medidas entram em vigor
oito dias após a instrução normativa ser publicada no Diário Oficial da União,
o que ocorrerá nos próximos dias. Normalmente, o prazo seria cinco dias, mas
foi estendido a pedido dos bancos.
A justificativa para a redução foi o corte de 0,5 ponto
percentual na Taxa Selic (juros básicos da economia). No fim de março, o Comitê
de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu os juros básicos de
11,25% para 10,75% ao ano. Desde agosto, quando começaram os cortes na Selic, o
ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que a pasta acompanha o
movimento a fim de propor reduções no teto do consignado à medida que os juros
baixarem. As mudanças têm de ser aprovadas pelo CNPS.
Assim como nas últimas reuniões, os bancos têm votado contra
a medida, alegando descompasso entre os juros do consignado e a realidade do
mercado financeiro. Em fevereiro, as instituições financeiras conseguiram
aprovar um dispositivo que insere, como referência para o crédito consignado, a
taxa do Depósito Interbancário (DI) no prazo médio de dois anos. Esse indicador
é tradicionalmente usado para calcular os rendimentos das aplicações em renda
fixa.
Com o novo teto, os bancos oficiais terão de reduzir as taxas
para o consignado do INSS para continuarem a emprestar pela modalidade. Segundo
os dados mais recentes do Banco Central (BC), o Banco do Nordeste cobra 1,76%
ao mês; e o Banco do Brasil, 1,74% ao mês. O Banco da Amazônia cobra 1,77% ao
mês.
Como estão acima do teto atual, essas taxas na prática
significam que as instituições suspenderam a oferta desse tipo de crédito.
Entre os bancos federais, apenas a Caixa cobra menos que o limite atual de
1,72% ao mês, com taxa de 1,71% ao mês, mas a instituição terá de reduzir a
taxa para enquadrar-se no novo teto.
Impasse
O limite dos juros do crédito consignado do INSS foi objeto
de embates no ano passado. Em março de 2023, o CNPS reduziu o teto para 1,7% ao
ano. A decisão opôs os ministérios da Previdência Social e da Fazenda.
Os bancos suspenderam a oferta, alegando que a medida
provocava desequilíbrios nas instituições financeiras. Sob protesto das
centrais sindicais, o Banco do Brasil e a Caixa também deixaram de conceder os
empréstimos porque o teto de 1,7% ao mês era inferior ao cobrado pelas
instituições.
A decisão coube ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
arbitrou o impasse e, no fim de março do ano passado, decidiu pelo teto de
1,97% ao mês. O Ministério da Previdência defendia teto de 1,87% ao mês,
equivalente ao cobrado pela Caixa Econômica Federal antes da suspensão do
crédito consignado para os aposentados e pensionistas. A Fazenda defendia um
limite de 1,99% ao mês, que permitia ao Banco do Brasil, que cobrava taxa de
1,95% ao mês, retomar a concessão de empréstimos.
Agência Brasil
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