Saúde lança campanha de prevenção ao uso de cigarros eletrônicos.
Iniciativa marca Dia Mundial sem Tabaco, a ser comemorado
nesta sexta.
O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca)
lançaram nessa quarta-feira (29) campanha de prevenção ao uso de cigarros
eletrônicos. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), novos
produtos, como os cigarros eletrônicos, e informações enganosas da indústria do
tabaco são uma ameaça, levando a uma iniciação ao tabagismo cada vez mais
precoce”, destacou a pasta em nota.
Dados apresentados pelo ministério indicam que crianças e
adolescentes que usam cigarros eletrônicos têm pelo menos duas vezes mais
probabilidade de fumar cigarros mais tarde na vida. O mote da campanha é o Dia
Mundial Sem Tabaco 2024, lembrado nesta sexta-feira (31) e que, este ano, tem
como tema Proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco.
“Por meio de linguagem jovem, a campanha visa a promover uma
mudança de comportamento, além de proteger as novas gerações dos perigos do uso
do tabaco, alertando sobre as táticas da indústria para atrair crianças e
adolescentes, com interesse em garantir e ampliar seu mercado consumidor.”
Números
Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE)
revelam que, em 2019, 16,8% dos estudantes no Brasil com idade entre 13 e 17
anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico, sendo 13,6% com idade de 13
a 15 anos e 22,7% com 16 e 17 anos. Quanto ao sexo, a experimentação é maior
entre os homens (18,1%) do que entre as mulheres (14,6%).
A variação regional foi significativa, com maior
experimentação do cigarro eletrônico nas regiões Centro-Oeste (23,7%), Sul
(21,0%) e Sudeste (18,4%), ficando menor do que a média nacional o Nordeste
(10,8%) e o Norte (12,3%).
Houve ainda aumento dos estudantes de 13 a 17 anos que
declararam consumo de cigarros nos 30 dias anteriores à data da pesquisa, com o
percentual passando de 5,6% em 2013 para 6,8% em 2019.
Prejuízos
O ministério destaca que os dispositivos eletrônicos para
fumar (DEFs), que englobam os cigarros eletrônicos e outros produtos de tabaco
aquecido, têm quantidades variáveis de nicotina e outras substâncias tóxicas, o
que faz com que suas emissões sejam prejudiciais tanto para quem faz o uso
direto quanto para quem é exposto aos aerossóis.
“Mesmo alguns produtos que alegam não conter nicotina podem
apresentar a substância em sua composição e suas emissões são nocivas”,
ressaltou a pasta. “A nicotina causa dependência e pode afetar negativamente o
desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando no aprendizado
e na saúde mental.”
Ainda de acordo com o ministério, o consumo de tabaco é
considerado importante fator de risco para doenças cardiovasculares e
respiratórias e para mais de 20 tipos ou subtipos diferentes de câncer, além de
outras condições de saúde classificadas como “debilitantes”.
“Alguns estudos recentes sugerem que o uso de DEFs pode
aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares. Além disso, a
exposição à nicotina em mulheres grávidas pode afetar negativamente o
desenvolvimento cerebral do feto. Já a exposição acidental de crianças aos
líquidos dos cigarros eletrônicos representa sérios riscos, pois os
dispositivos podem vazar ou as crianças podem engolir o líquido ou as
cápsulas.”
Anvisa
Em 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
publicou resolução proibindo a comercialização, a fabricação e a publicidade de
cigarros eletrônicos no Brasil. Recentemente, em abril, a diretoria colegiada
da agência revisou a legislação e proibiu a fabricação, a importação, a
comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda
de dispositivos eletrônicos para fumar.
Agência Brasil
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