PALAVRA DO SENHOR – “É Deus que abre as portas, liberta e abre caminhos”.
A Igreja celebra hoje a Solenidade do apóstolo pescador da
Galileia, que Jesus o fez pescador de homens (Simão/Pedro). Também do apóstolo
fariseu perseguidor, transformado na graça em evangelizador dos gentios
(Saulo/Paulo).
A Palavra de Deus narra os muitos sinais da ação de Deus como
forma de sua presença e legitimação de sua obra. A saída do Povo de Deus no
Egito – celebrada como evento pascal - foi descrita como “a noite da
libertação”. As muitas crônicas bíblicas descrevem as muitas noites escuras que
o Povo de Deus enfrentou em vista de sua libertação (Desde os babilônicos até
os romanos).
Na noite da libertação do Egito, abre-se o mar. Na noite de
Pedro, abrem-se milagrosamente as portas da prisão. Lá, uma coluna de fogo os
guiava, aqui, se diz que o anjo que acompanha Pedro diante da “porta de ferro
que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma” (At 10, 10). É Deus que
abre as portas, liberta e abre caminhos.
Quão deve ter sido desafiadora aquela noite para Pedro, pois
além das portas da prisão o apóstolo-pescador ainda teve dificuldades para
entrar na casa (imagem das primeiras comunidades) por causa da incredulidade
dos demais que achavam ser um fantasma. Eis aí uma experiência pascal para a
Igreja: SUPERAR OS MEDOS E ABRIR AS PORTAS.
O apóstolo Paulo também teve seu caminho pascal, assim como o
Povo de Deus no Antigo Testamento. A experiência com o ressuscitado no caminho
de Damasco fez abrir-lhe progressivamente os olhos e o coração. Essa é uma
narrativa que nos lembra o que disse o profeta Oseias sobre a experiência do
povo da Antiga Aliança na travessia do
deserto: “Eis que levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração” (2,14ss).
Em tudo, a mão de Deus. Convém ainda dizer que, assim como Pedro, Paulo também
experimentou Deus na fraqueza (Gl 2,20).
O papa Francisco, na sua homilia por ocasião da Festa de
Pedro e Paulo (2024), disse que “o objetivo de tudo isso não é uma
religiosidade intimista e consoladora, como nos apresentam alguns movimentos da
Igreja, como uma espiritualidade de salão”, pelo contrário, o encontro com o
Senhor acende a vida dos apóstolos de Cristo no zelo pela ação missionária (cf.
2Tm 4, 17).
O ANÚNCIO DO EVANGELHO ABRE PORTAS. Será que estamos
conscientes disso? Há uma modinha eclesiástica em nossos dias de muitas
pregações, muitas pregações...excesso de pregações...e um escancarado
fechamento por parte de muitos pregadores às causas mais nobres que Jesus
pautou. Em alguns setores eclesiais a questão da evangelização está empancada
se devemos bater palmas no momento da missa ou não, ou se ainda é possível dar
a paz de Cristo ou não no momento do “calvário eucarístico”.
O ANÚNCIO DO EVANGELHO nos faz zelosos no testemunho de uma
igreja sem ideologias de fechamento. Ser um autêntico católico não é se resumir
a “atos de piedade litúrgica”, mas a ter a graça de Deus para ajudar a abrir
portas, acolher, festejar a chegada de muitos, de ser misericordioso e
compreensivo, estender a mão. É FUNDAMENTAL COMPREENDER MELHOR O SIGNIFICADO DE
SER CATÓLICO, JÁ QUE NOSSA VIDA ESTÁ ENRAIZADA EM CRISTO.
Rezamos neste dia pela Igreja de Jesus, para que seja
instrumento de libertação e vida para o povo. Rezemos pelo nosso amado Papa
Francisco, pelos nossos bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados (as), leigos
(as), evangelizadores (as), batizados (as) no Senhor, para que tenham a graça
da presença e companhia de Deus em suas vidas.
Rezemos para o que o Senhor caminhe sempre conosco e abra as
portas para que a vida aconteça para nós e para muitos. CONFIEMOS NO SENHOR.
Viva São Pedro e São Paulo!!!
Boa semana!
Edjamir Silva Souza
Padre e Psicólogo
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