MP investiga desvio de R$ 2 milhões dos cofres públicos de Severiano Melo.
Segundo órgão, desvio entre 2013 e 2020 foi encabeçado por
ex-prefeito e ex-secretário de finanças. Houve cumprimento de mandado de busca
e apreensão na Câmara de Vereadores.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou
nesta quarta-feira (10) uma operação que investiga o desvio de mais de R$ 2
milhões dos cofres públicos do município de Severiano Melo, na Região Alto
Oeste potiguar, entre os anos de 2013 e 2020.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão nas cidades
de Mossoró, Pau dos Ferros, Martins, Francisco Dantas e Taboleiro Grande, além
da própria Severiano Melo.
Segundo o MP, os desvios teriam sido encabeçados por um
ex-prefeito e um ex-secretário de finanças do município.
Procurada, a Prefeitura de Severiano Melo informou, em nota,
que desde que foi acionada tem colaborado com o MPRN "entregando todos os
documentos solicitados para fins de investigação do processo da Operação
Desvio".
O Município reforçou que, "prezando pela
responsabilidade e transparência, cumpre o seu dever de colocar à disposição
das autoridades competentes todos os documentos e as informações necessárias
para elucidação dos fatos".
Um dos pontos de cumprimento dos mandados de busca e
apreensão foi a Câmara Municipal de Severiano Melo. Segundo o MP, "um dos
principais investigados ocupa o cargo de vereador na cidade".
A Justiça do RN também autorizou o sequestro de bens dos
investigados e o bloqueio de contas bancárias, de planos de previdência e ainda
a indisponibilidade de veículos dos envolvidos nas fraudes.
"Já nas investigações inaugurais, o MPRN obteve provas
robustas da existência do esquema fraudulento", informou o MP.
Ao todo, oito promotores de Justiça, 27 servidores do MPRN e
52 policiais militares participaram da ação.
Como funcionava o esquema?
Segundo o Ministério Público, os suspeitos de executarem o
esquema se aproveitavam das facilidades derivadas dos cargos de gestão e
desviavam o dinheiro público para as contas-correntes deles próprios e também
para as contas de terceiros, "na maioria, parentes ou pessoas que detinham
com eles alguma espécie de vínculo".
O ex-prefeito e o ex-secretário investigados se beneficiavam
do repasse indevido e direcionavam os valores também a terceiros, parentes ou
pessoas conhecidas.
Segundo o MP, também estão sendo investigados mulher, filhos,
irmãos, sobrinhos e até a sogra de um dos suspeitos de encabeçar o esquema.
"Os documentos, computadores e celulares apreendidos na
operação Desvio serão analisados pelo MPRN, que ainda apura o envolvimento de
outras pessoas e o cometimento de outros crimes pelo grupo", disse o MP.
Por g1 RN e Inter TV Costa Branca
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