Dino suspende execução de emendas impositivas até que Congresso crie regras de transparência.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF),
suspendeu a execução de emendas impositivas apresentadas por deputados federais
e senadores ao Orçamento da União, até que o Congresso estabeleça novos
procedimentos para garantir a transparência na liberação dos recursos.
A decisão, em caráter liminar, não inclui recursos destinados
a obras em andamento ou ações para atendimento de calamidade pública. A
determinação do ministro ainda será submetida ao Plenário do STF, para
avaliação dos demais ministros.
As emendas impositivas são aquelas em que o governo é
obrigado a executar, ou seja, não dependem de barganha com o Executivo.
Elas se dividem em categorias:
👉emendas individuais de transferência especial, as chamadas
emendas Pix: Cada parlamentar tem um valor para indicar individualmente no
Orçamento. O montante total para esse tipo em 2024 é de R$ 25 bilhões.
👉emendas individuais de transferência com finalidade definida;
e
👉emendas de bancadas estaduais: a indicação de como serão
aplicadas cabe deputados e senadores de um mesmo estado. Neste ano, o valor é
de R$ 11,3 bilhões para essas emendas.
O que pede a ação
A decisão monocrática ocorre no âmbito da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI) 7697, de autoria do PSol. O texto questiona
dispositivos de emendas constitucionais que tornaram obrigatória a execução de
emendas parlamentares individuais e de bancada.
Desde 2015, o valor das emendas impositivas triplicou, o que
evidencia um aumento do poder dos parlamentares sobre a Execução do Orçamento.
Na determinação, Flávio Dino entendeu que as emendas
parlamentares devem ser executadas nos termos e limites da ordem jurídica,
portanto, precisam obedecer a critérios de eficiência, transparência e
rastreabilidade.
Por Fernanda Vivas, TV Globo
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