Paraíba: Ministério Saúde lança campanha de amamentação para reduzir desigualdades.
Imagem ilustrativa - Reprodução/Internet |
Estima-se que a amamentação seja capaz de diminuir em até 13%
a morte das crianças menores de cinco anos por causas preveníveis.
A amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir
em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis. Para fortalecer ações
em todo o país, nesta quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde lançou a
Campanha da Semana Mundial da Amamentação 2024. Com o tema "Amamentação,
apoie em todas as situações", a iniciativa de conscientização está
alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável voltados à garantia da
sobrevivência e ao bem-estar das crianças. O foco é a redução das desigualdades
relacionadas ao apoio à amamentação. A pasta anuncia, ainda, o desenvolvimento
do Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação.
No estado da Paraíba, o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereceu
atendimento individualizado para mais de 74 mil mulheres que precisaram de
apoio ou enfrentaram dificuldades com a amamentação no ano anterior. Mais de
1,6 milhão de mulheres foram atendidas em todo o Brasil.
O governo federal reconhece as diferentes condições a que
milhares de famílias estão expostas no dia a dia e que impactam na amamentação.
Por isso, a campanha deste ano tem como objetivo garantir o direito à
amamentação, com atenção especial às lactantes em situação de vulnerabilidade,
além de apoiar a amamentação em estado de emergência, calamidade pública e
desastres naturais. O Ministério da Saúde coordena nacionalmente essa
iniciativa global, a principal ação de mobilização social em prol da amamentação.
No último mês, como parte do trabalho realizado pelo governo
federal no Rio Grande do Sul, após a emergência das enchentes provocadas pelas
fortes chuvas, o Ministério da Saúde enviou 63 litros de leite humano ao
estado. Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, um pote de 300mL
pode alimentar até 10 prematuros ou bebês de baixo peso. Nesse sentido, a
doação foi fundamental para ajudar na alimentação e recuperação dos bebês
internados nas Unidades Neonatais gaúchas. A medida reforça o objetivo da
campanha, em sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de apoio à
amamentação, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de seis milhões de vidas de
crianças são salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação
exclusiva até o sexto mês de vida. Em parceria com a Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), a realização da Semana Mundial da Amamentação defende que a
população seja informada sobre as desigualdades no apoio e prevalência da
amamentação.
Novo programa vai fortalecer e integrar ações em todo o país
O Ministério da Saúde está trabalhando para lançar o novo
Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, como parte de um
dos eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Assim, a pasta
reforça os princípios da amamentação como direito humano, do acesso universal à
saúde, da equidade em saúde, da integralidade do cuidado e da humanização da
atenção em saúde em todo o país.
O objetivo do programa, que está em fase final de pactuação
com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), é fortalecer e integrar ações
voltadas à temática em todo o país, incentivar que a amamentação tenha início
já na primeira hora de vida do bebê e seja continuada até os dois anos ou mais,
sendo de forma exclusiva até os seis meses. Além disso, vai estimular ações
integradas, transversais e intersetoriais de amamentação nos estados e
municípios.
Para garantir o acesso em saúde, o Ministério da Saúde está
investindo, ainda, R$ 4,8 bilhões na construção de 36 novas maternidades e 30
novos Centros de Parto Normal. Todas as unidades terão salas de amamentação. As
obras acontecem com recursos do Novo PAC Saúde e vão beneficiar cerca de 30
milhões de mulheres.
Meta é chegar a 70% de aleitamento exclusivo até 2030
O Brasil vem evoluindo nas taxas de amamentação ao longo das
décadas, mas ainda está abaixo do recomendado. A prevalência de aleitamento
materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%,
segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado
em 2021. Representa um avanço relevante em cerca de três décadas – pois o
percentual era de 3% em 1986.
Na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em
média, por dois meses e meio. Agora, a duração média é de 16 meses, o
equivalente a 1 ano e quatro meses de vida.
A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é
que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam
amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue
a 70%.
O Ministério da Saúde reitera que a amamentação é a forma de
proteção mais econômica e eficaz para redução da morbimortalidade infantil, com
grande impacto na saúde da criança, diminuindo a ocorrência de diarreias,
afecções perinatais e infecções, principais causas de morte de recém-nascidos.
Ao mesmo tempo, traz inúmeros benefícios para a saúde da mulher, como a redução
das chances de desenvolver câncer de mama e de ovário.
Ministério da Saúde
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