SANEAMENTO: 63% da população da Paraíba mora em municípios com contratos irregulares de prestação de serviços básicos.
Após quatro anos da aprovação do Novo Marco Legal do
Saneamento Básico, 63% da população da Paraíba mora em municípios com contratos
irregulares de prestação de serviços básicos. Uma das principais
características da nova lei é a capacidade econômico-financeira das concessões
de saneamento para cumprir as obrigações e metas de serviços. Segundo o estudo
Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil de 2024 (SNIS,
2022), do Instituto Trata Brasil, 5% da população paraibana reside em municípios
que estão isentos de apresentar a documentação e apenas 32% em cidades que
estão regulares.
Para efeitos de comparação, os municípios em situação regular
investiram, em média, quase R$ 90 a mais por habitante em serviços de água e
esgoto; um investimento mais de duas vezes maior do que nos municípios com
contratos irregulares.
A presidente do Trata Brasil Luana Pretto faz uma análise do
cenário nacional.
“No cenário dos mais de 5.500 mil municípios do Brasil, nós
ainda temos 579 municípios que não conseguiram comprovar a capacidade econômica
financeira para universalizar o acesso ao saneamento, ou sequer apresentaram
documentação para isso. Então as mais de 10 milhões de pessoas que residem
nesses municípios estão à deriva.”
Nessas localidades, os índices de saneamento básico são
piores do que a média nacional e que os municípios regulares. Segundo o Trata
Brasil, 68,88% dos habitantes possuem acesso à água, apenas 26,61% são
atendidos com coleta de esgoto e 29,88% do esgoto gerado é tratado. Além disso,
esses locais perdem 47,33% da água potável nos sistemas de distribuição.
Outros 36% dos municípios brasileiros estão isentos de
apresentar a documentação; 55% estão regulares e 4% estão regulares com alguma
restrição.
Para o ambientalista Delton Mendes, é necessário criar uma
estrutura que incentive investimentos no setor, estimulando alternativas para o
aumento da cobertura dos serviços básicos.
“Eu acho que existe um subfinanciamento, ou seja, muitos
operadores de saneamento enfrentam um histórico de subfinanciamento, resultando
em uma infraestrutura insuficiente, com muita defasagem também técnica,
inclusive com falta de investimento consistente ao longo de muito tempo dos
anos, o que compromete, claro, a capacidade de expansão e melhoria no serviço
de saneamento básico.”
As principais metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico
são que todas as localidades brasileiras devem atender a 99% da população com
abastecimento de água e 90% com esgotamento sanitário até 2033.
Fonte: Brasil 61 -
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