PIB cresce 1,4% no segundo trimestre e fica acima do esperado. Riqueza produzida no país soma R$ 2,9 trilhões.
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O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta terça-feira (3) que o
Produto Interno Bruto (PIB), soma de toda a riqueza produzida no país, teve
crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano em comparação ao primeiro
trimestre.
Na comparação com o segundo
trimestre de 2023, o crescimento foi de 3,3%. O destaque da economia entre
abril, maio e junho deste ano ficou com o desempenho da indústria, com alta de
1,8% no segundo trimestre em relação ao primeiro, seguida pelo setor de
serviços, cujo crescimento foi de 1%.
A agropecuária recuou 2,3%
na comparação entre o segundo e o primeiro trimestre de 2024 e 2,9% em relação
ao mesmo período de 2023. Com o resultado de hoje, o PIB totaliza R$ 2,9
trilhões neste ano, sendo R$ 2,5 trilhões referentes ao Valor Adicionado a
preços básicos e R$ 387,6 bilhões aos impostos sobre produtos. A taxa de
investimento no segundo trimestre, indicador que sinaliza o bom desempenho da
economia, foi equivalente a 16,8% do PIB, acima dos 16,4% verificados no
segundo trimestre de 2023.
O desempenho da indústria
foi atribuído aos setores de eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de
gestão de resíduos, com alta de 4,2%, seguida pela construção, 3,5%, e das
indústrias de transformação, com alta de 1,8%. As indústrias extrativas
recuaram 4,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
No setor de serviços, as
atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados cresceram 2%;
informática e comunicação 1,7%; comércio 1,4%, transporte, armazenagem e
correio, 1,3%; administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade
social, 1%; atividades imobiliárias, 0,9% e, por fim, demais atividades do
comércio, 0,8%.
Serviços
No setor externo, o IBGE
apurou que as exportações de bens e serviços subiram 1,4% no segundo trimestre
deste ano em relação ao primeiro, ao passo que as importações de bens e
serviços cresceram 7,6% em relação ao primeiro trimestre deste ano.
A comparação com o segundo
trimestre de 2024 com o segundo trimestre de 2023 apontou que as iniciativas da
Nova Indústria Brasil estão dando o resultado esperado pelo governo. A alta foi
de 3,9%, com destaque para os setores eletricidade e gás, água, esgoto e
atividades de gestão de resíduos, que cresceu nesse período 8,5%. Esse
resultado foi decorrente do aumento do consumo de energia em todas as classes,
principalmente a residencial.
A indústria da construção
cresceu 4,4% por causa do aumento do consumo de insumos típicos - areia, cimento
e ferro. As indústrias de transformação, por sua vez, estão recuperando a força
e tiveram a segunda alta consecutiva, de 3,6%, após terem recuado em todos os
trimestres de 2023. Esse resultado positivo foi atribuído às altas verificadas
na indústria alimentícia; equipamentos de transporte, em máquinas e aparelhos
elétricos e na indústria moveleira. As indústrias extrativas, na comparação do
segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2023, cresceram 1%, com
destaque para o aumento da extração de petróleo e gás.
No setor de serviços, entre
o segundo trimestre deste ano com o segundo de 2023, o avanço foi de 3,5%, com
resultados positivos em todos os setores: informação e comunicação, com alta de
6,1%; outras atividades de serviços, 4,5%; atividades financeiras, seguros e
serviços de relacionamento, 4%; comércio, 4%; atividades imobiliárias, 3,7%;
administração, defesa, saúde, educação públicas e seguridade social, 1,9 e
transporte, armazenagem e correio, 0,7%.
A Formação Bruta de Capital
Fixo (FBCF), indicador que é um antecedente para resultados futuros do PIB,
cresceu 5,7% no segundo trimestre deste ano, e a alta é justificada pelo
crescimento da produção doméstica e importação de bens de capital (máquinas e
equipamentos para as linhas de produção), incluindo, também, os bons
desempenhos verificados seja na construção, seja no desenvolvimento de sistemas
de informática.
Recuperação
Felipe Queiroz,
economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), comemorou o
resultado e disse que os números superaram as expectativas do mercado. "A
economia brasileira teve um crescimento puxado especialmente pela ótica da
oferta, pela indústria, que tem apresentado recuperação bastante significativa
e robusta, especialmente com o câmbio que gera uma certa proteção à nossa
indústria local frente a alguns competidores internacionais e também o setor de
serviços" disse.
Segundo ele, esse bom
desempenho engloba o comércio, que também cresceu no segundo trimestre.
"Além disso, a nossa taxa de Formação Bruta de Capital Fixo em alta é
resultado dos investimentos, que estão crescendo e sendo retomados ainda que
gradualmente", destacou. O economista ponderou, no entanto, que a atenção
continua sobre o nível da taxa de juros, em que as expectativas sugerem uma alta
da Taxa Selic, o que implica a redução da atividade econômica especialmente
para o último trimestre do ano.
Para Carlos Lopes,
economista do banco BV, o resultado do PIB no segundo trimestre, de 1,4%, foi
surpreendente porque esperava-se um percentual de crescimento de 0,9%. Esse
desempenho teve forte contribuição da demanda doméstica.
"Do lado dado da
indústria e serviços, o resultado foi muito positivo, compensando o recuo na
atividade da agropecuária, que foi sazonal. Quando olhamos para o lado da
demanda, o desempenho foi favorável pelo consumo das famílias, do investimento
e das compras governamentais e esses indicadores são relevantes para os
próximos meses, a despeito de uma expectativa de alta dos juros. O crescimento
da mão de obra com carteira assinada sustenta o aumento do consumo por conta da
poupança gerada pelo trabalho", afirmou.
Agência Brasil
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