Chips da beleza: Agevisa orienta Visas municipais a apreenderem implantes hormonais proibidos pela Anvisa.
A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) está
orientando os seus inspetores sanitários e as Vigilâncias Sanitárias municipais
a apreenderem implantes hormonais manipulados, conhecidos popularmente como
“chips da beleza”, que estejam sendo comercializados em todo o território
paraibano. A orientação de apreensão vale também para os produtos similares que
tenham entrado ilegalmente no País e que, portanto, não constem da lista de
produtos regulados pela Anvisa. A iniciativa, segundo o diretor-geral da
Agevisa, Geraldo Moreira de Menezes, tem base no teor da Resolução-RE nº
3.915/2024, da Anvisa, disponível em http://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-re-n-3.915-de-18-de-outubro-de-2024-591127718
e publicada na edição de sexta-feira (18) do Diário Oficial da União, que
proibiu a comercialização, manipulação, propaganda e uso do produto em todo o
Brasil.
A proibição, pela Anvisa, conforme Geraldo Moreira, foi
motivada por evidências, fornecidas pela Federação Brasileira das Associações
de Ginecologia e Obstetrícia, de complicações relacionadas à segurança dos
implantes hormonais manipulados. “A medida, de caráter preventivo, se aplica a
todas as farmácias de manipulação e está fundamentada no art. 7º da Lei Federal
nº 6.360/1976, que autoriza o Ministério da Saúde a suspender, a qualquer
momento, e como medida de segurança sanitária e a vista de razões fundamentadas
do órgão competente, a fabricação e venda de produtos que, embora registrado,
se tornem suspeitos de terem efeitos nocivos à saúde humana”, explicou o
diretor da Agevisa/PB.
Alerta – Anteriormente à publicação da Resolução-RE nº
3.915/2024, a Anvisa divulgou o Alerta nº 42024/2024, destacando a ciência do
uso indiscriminado, pela população e para variadas indicações, de implantes
hormonais manipulados em farmácias. A Agência também afirmou que “a falta de
garantia da qualidade, eficácia e segurança desses produtos pode gerar efeitos
indesejáveis, e até eventos graves”.
Segundo a Anvisa, os implantes hormonais manipulados em
farmácias têm sido utilizados para fins estéticos, tratamento de fadiga ou
cansaço e sintomas de menopausa. Entre os hormônios utilizados estão
principalmente a gestrinona, a testosterona e a oxandrolona, que fazem parte da
lista C5 (anabolizantes) da Portaria/SVS 344/1998, do Ministério da Saúde, que
dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Substâncias e Medicamentos sujeitos ao
Controle Especial.
No Alerta, a Anvisa explicou que, entre as principais
complicações observadas em pacientes que fazem uso dos implantes manipulados,
estão a elevação de colesterol e triglicerídeos no sangue (dislipidemia), a
hipertensão arterial, o acidente vascular cerebral e a arritmia cardíaca. “Além
disso, também pode ocorrer crescimento excessivo de pelos em mulheres
(hirsutismo), queda de cabelo (alopecia), acnes, alteração na voz (disfonia)
insônia e agitação”, acrescentou.
Outro agravante relacionado aos chips da beleza, conforme a
Anvisa, é que os mesmos não foram submetidos à avaliação da Agência e não
existem produtos semelhantes devidamente registrados para fins estéticos,
tratamento de fadiga ou cansaço e sintomas de menopausa.
Chips da beleza – Conforme matéria jornalística publicada
pela agenciabrasil.ebc.com.br, os “chips
da beleza” são implantes largamente usados como estratégia para emagrecimento,
tratamento da menopausa, antienvelhecimento, redução da gordura corporal, e
também aumento da libido e da massa muscular, e podem conter inúmeras
substâncias, embora normalmente sejam compostos por testosterona ou por
gestrinona, um progestágeno com efeito androgênico. Combinações contendo estradiol,
oxandrolona, metformina, ocitocina, outros hormônios e NADH também são
produzidas.
Saiba mais
Ø Segundo a Anvisa, o uso de hormônios só é seguro quando são
utilizados produtos devidamente regularizados e que possuem estudos que
comprovem qualidade, segurança e eficácia para os fins a que se destinam.
Ø As autoridades de saúde orientam as pessoas a não colocarem
a saúde em risco e a buscarem orientação médica antes de iniciar qualquer
tratamento hormonal.
Ø A ocorrência de eventos adversos a medicamentos deve ser
notificada no sistema VigMed.
Ø O VigMed é disponibilizado pela Anvisa para que cidadãos,
profissionais de saúde, detentores de registro de medicamentos e patrocinadores
de estudos possam reportar suspeitas de eventos adversos relacionados a
medicamentos e vacinas.
Ø O sistema pode ser acessado no endereço https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/notificacoes/vigimed/.
Secom PB
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