Complexo Pediátrico Arlinda Marques realiza cirurgia inédita na unidade para corrigir malformações.
Com o objetivo de trazer mais qualidade de vida a uma criança
de três anos, o Complexo Pediátrico Arlinda Marques reuniu uma equipe
multidisciplinar para a realização de uma cirurgia inédita no último sábado
(26). O procedimento em questão é feito para corrigir uma condição rara chamada
extrofia de cloaca, que se trata de um conjunto de malformações congênitas
graves incluindo onfalocele (quando o intestino na criança fica exposto pela
ausência da parede abdominal), ânus imperfurado e defeitos espinhais.
Dada a complexidade do procedimento, foram reunidas as
equipes de cirurgia pediátrica e ortopedia. O procedimento é pioneiro na
unidade, que é uma das únicas no SUS com a capacidade de execução na rede
pública. De acordo com o cirurgião
pediátrico Vinicius Ramalho Marinho, a criança nasceu com o intestino e a
bexiga abertos e para fora do corpo, necessitando de uma intervenção imediata e
complexa. “Só para contextualizar sobre a raridade dessa patologia, ela acontece,
mais ou menos, em um a cada 150 mil nascidos vivos”, ressaltou o médico.
O profissional explicou que já havia sido feito um
procedimento no período neonatal, nos primeiros dias de vida, e, “dessa vez, a
gente conseguiu fechar a bexiga, que estava totalmente aberta e aderida na
parede abdominal”, explicou, lembrando que foram mais de 5 horas de cirurgia,
feita por uma equipe multiprofissional, com anestesista; cirurgiões pediátrico
e ortopédico; equipes de enfermagem do centro cirúrgico e da UTI no suporte
pós-operatório.
O cirurgião ortopedista André Cristiano Lima explicou a parte
da ortopedia no procedimento. “Uma das
malformações envolvidas é na bacia, que fica aberta. A ortopedia fez o
procedimento inicial e final, que foi cortar a bacia, fazer uma osteotomia
(corte nos ossos) e fechá-la”, esclareceu.
A paciente é uma menina de 3 anos, do município de Serra
Grande, no sertão paraibano. A mãe, Cícera Henrique da Silva, disse que tem
mais um filho de oito anos que está em casa com o pai, enquanto ela acompanha a
filha durante o tratamento. Apesar da dificuldade, ela está confiante no
tratamento que vem recebendo do Hospital e na boa recuperação de Maria, que
segue estável e aguarda os próximos passos do tratamento, que pode incorrer em
novas cirurgias para melhorar a qualidade de vida da criança.
Assessoria
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