Horário de verão só volta em 2024 se for 'imprescindível' e chuvas ficarem abaixo do esperado, diz Silveira.
Governo deve tomar uma decisão sobre eventual retorno da
medida até a próxima semana, de acordo com o ministro de Minas e Energia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse
nesta terça-feira (8) que o horário de verão só deve voltar em 2024 se for
"imprescindível". O governo deve tomar uma decisão até a próxima
semana, segundo o ministro.
"Isso que estou fazendo é serenidade, equilíbrio,
diálogo, para que a gente só faça na imprescindibilidade, se não for
imprescindível, vamos esperar o período chuvoso", disse o ministro em
entrevista a jornalistas.
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verão; decisão final é do presidente Lula
Silveira defendeu que é preciso analisar as perspectivas para
o período chuvoso, que se inicia no final do ano.
Segundo o ministro, se as chuvas forem suficientes para
recompor o sistema elétrico, é possível que o horário de verão não seja
decretado neste ano.
"Estou levando ao limite as discussões para ver se [o
horário de verão] precisa mesmo ser esse ano ou se nós podemos esperar o
período chuvoso e ver os volumes de chuvas que vamos ter, se forem altos [...],
se formos abençoados com chuvas aí a gente até evita a necessidade da
decretação do horário de verão", declarou.
A decisão, de acordo com Silveira, tem que ser tomada até a
próxima semana. Antes, quando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
recomendou a medida, o prazo indicado pelo ministro era de 10 dias --vencidos
no último dia 29 de setembro.
Economia de R$ 400 milhões
A adoção do horário de verão em 2024 pode levar a uma
economia de R$ 400 milhões, segundo estudo do ONS. Se adotado a partir de 2026,
a economia pode aumentar para R$ 1,8 bilhão por ano.
Isso porque o adiantamento dos relógios deve melhorar o
aproveitamento das fontes de energia solar e eólica, além de reduzir a demanda
máxima em até 2,9%.
Desde a sua adoção, que passou a ser anual a partir de 1985,
o horário de verão tem a intenção de promover uma economia no consumo de
energia, uma vez que as pessoas teriam mais tempo de luz natural.
No entanto, por conta da mudança de comportamento da
sociedade, a medida foi deixando de ser eficaz. Até que, em 2019, o então
presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o adiantamento dos relógios.
O horário de verão volta à tona em 2024 não por sua eficácia
para economizar energia, mas por ser uma alternativa de aproveitamento da
geração de energia solar, reduzindo o acionamento de termelétricas – mais caras
e poluentes.
Isso acontece porque as usinas eólicas e solares dependem da
incidência de vento e sol, que não são perenes, para gerar energia.
As usinas eólicas geram mais na madrugada e pela manhã,
enquanto as solares geram durante o dia. Ao deslocar os relógios, os padrões de
consumo também mudam, encaixando-se em melhores momentos de geração para essas
duas fontes, que são também mais baratas que as térmicas.
Por Guilherme Mazui, Lais Carregosa, g1 — Brasília
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