PIX: tecnologia intensifica fiscalização do Fisco sobre os MEIs. Confira recomendações para manter o CNPJ regularizado.
Com o advento do Pix, fazer transações financeiras ficou mais
eficiente e barato, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, especialmente
para os microempreendedores individuais (MEIs). Mas o avanço da tecnologia
também permitiu que a Receita Federal pudesse intensificar a fiscalização
dessas movimentações.
Desde a publicação do Convênio ICMS nº 166, em 2022, todos os
bancos e instituições financeiras são obrigados a informar à Receita sobre
todas as transações — incluindo as realizadas pelo Pix — por meio da Declaração
de Informações de Meios de Pagamento. Com isso, o Fisco fica sabendo sobre o
faturamento anual da empresa, que — para os MEIs — não pode passar dos R$ 81
mil.
O professor doutor em direito tributário André Felix Ricotta
de Oliveira, sócio da Felix Ricotta Advocacia e presidente da Comissão de
Direito Tributário da OAB/Pinheiros, detalha as consequências para o MEI que
descumprir o limite de faturamento.
“Além do desenquadramento, o MEI ainda poderá responder por
um processo administrativo e ter pagar valores sobre o imposto não
declarado, mais multa. E eventualmente, além de sanções administrativas, vai
responder por crime de sonegação fiscal.”
Nota fiscal
A fiscalização da Receita Federal é feita a partir do
cruzamento de informações fornecidas pelo CNPJ e pelo CPF do indivíduo, para
verificar se há possíveis discrepâncias entre os valores recebidos ao longo do
ano. Por isso, é importante que o MEI mantenha as contas bancárias separadas e
registre corretamente todo o faturamento emitido em nota fiscal na Declaração
Anual do Simples Nacional (DASN-Simei).
O professor doutor em direito tributário André Felix lembra
que os MEIs são obrigados a emitir nota fiscal apenas quando vendem produtos ou
prestam serviços para outras pessoas jurídicas ou quando o cliente pessoa
física solicita o documento. Para evitar problemas com o Fisco, especialmente
no uso do Pix, o especialista deixa algumas recomendações:
“Manter um registro detalhado de todas as transações
realizadas via Pix, incluindo data, valor, finalidade e quem fez o Pix. Isso
ajuda a conciliar a entrada de caixa e facilitar a comprovação de receitas ao
preencher a Declaração Anual do Faturamento obtido. Sempre emitir nota fiscal
também é uma boa forma de controle, apesar de não ser obrigatório para pessoas
físicas. Realizar sempre uma conciliação bancária das entradas e despesas.
Monitorar o faturamento mensal para garantir que não ultrapasse R$ 81 mil por
ano, que é o limite do MEI.”
Outra recomendação do presidente da Comissão de Direito
Tributário da OAB/Pinheiros é utilizar um software de gestão para controle de
caixa e outros documentos importantes. Além disso, se possível, contrate um
contador e passe todas as informações necessárias para manter a contabilidade
em dia.
Fonte: Brasil 61 -
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