123Milhas: prazo para incluir nome na lista de credores vai até terça. Medida para quem tem valor a receber ou corrigir valor a ser devolvido.
Consumidores lesados pela 123Milhas têm até a próxima
terça-feira (26) para solicitar a inclusão na lista de quem tem valores a
receber ou corrigir o valor a ser devolvido. Para isso, devem acessar o site da
Administradora Judicial e verificar se seus dados foram devidamente incluídos
na Lista de Credores e se os valores dos créditos estão corretos.
O edital publicado pela Justiça de Minas Gerais, responsável
pelo processo, informa que todos os pedidos de ressarcimento devem,
obrigatoriamente, ser feitos no site indicado pela Justiça.
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) explica que, a
partir da consulta, podem surgir três casos diferentes, com procedimentos
exclusivos para cada um. A explicação sobre como proceder em cada caso, pode
ser vista na cartilha elaborada pela DPMG.
A cartilha também mostra o caminho para os consumidores, que
ainda não foram inseridos na lista, realizem pedidos para que seus nomes e seus
respectivos valores sejam incluídos na recuperação judicial e no plano de
pagamento. Todos esses procedimentos podem ser realizados pelos próprios
consumidores pela internet.
A orientação da DPMG é a de que o consumidor não deixe a
habilitação de créditos ou a apresentação de divergências quanto aos seus dados
pessoais e valores a receber, ou mesmo a leitura da cartilha, para a última
hora, já que existem prazos previstos em lei para que os documentos ser
reunidos e apresentados.
Procon-SP
A assessora técnica do Procon-SP, Patrícia Dias, disse que a
expectativa do órgão é a de que todos os prejudicados que fizerem a habilitação
como credores no processo de recuperação judicial da empresa sejam ressarcidos.
“É fato que a empresa tem patrimônio que a própria Justiça já separou. Este
momento da recuperação é a identificação de todos os credores para depois fazer
o balanço para saber qual o patrimônio e o montante da dívida”, explicou.
Ela alerta os consumidores que, mesmo que tenham procurado os
órgãos de defesa do consumidor municipais ou estaduais, é fundamental também
registrar seus dados e enviar a documentação pertinente no site mencionado,
para que conste expressamente na Recuperação Judicial, e seja considerado
credor da 123Milhas.
Crise
A crise na companhia começou em 18 de agosto de 2023, quando
a 123milhas suspendeu a emissão de passagens e pacotes da linha Promo, mais
barata por não ter datas definidas de ida e volta, e propôs ressarcir seus
clientes por meio de vouchers (comprovantes de pagamento antecipado de
serviços).
A empresa foi fundada em 2016, em Belo Horizonte, pelos
irmãos Ramiro e Augusto Madureira. Cinco anos depois, em 2021, já era o maior
anunciante do país, com investimento de R$ 2,37 bilhões na compra de espaço
publicitário.
No dia 29 de agosto do ano passado, a 123milhas protocolou no
Tribunal de Justiça de Minas Gerais um pedido de recuperação judicial. No
documento, a empresa dizia que o objetivo da medida era assegurar o cumprimento
dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores.
No dia 31, o pedido de recuperação judicial foi aceito pela
1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. Com dívidas de R$ 2,3 bilhões, a
plataforma de turismo solicitou a suspensão, por 180 dias, das ações de
credores e consumidores que foram à Justiça após a interrupção de serviços.
Em janeiro de 2024, a juíza Cláudia Helena Barbosa, da 1ª
Vara Empresarial de Belo Horizonte determinou a suspensão da recuperação
judicial da empresa 123Milhas. Segundo a juíza, a recuperação judicial da
empresa ficaria suspensa até a nomeação de novos administradores judiciais.
Além disso, a 123milhas também teria que detalhar as reais condições da Lance
Hotéis e da MaxMilhas, que também foram incluídas na recuperação judicial em
outubro do ano passado.
A recuperação judicial da 123Milhas já havia sido suspensa em
setembro, processo que foi retomado mais uma vez em dezembro. Na época, a
Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça,
questionou a agência de viagens on-line sobre os motivos que a levaram a
cancelar pacotes e passagens.
Agência Brasil
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