INSS monta força-tarefa para atender beneficiários com BPC bloqueado.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) montará uma
força-tarefa por 90 dias para atender as pessoas que tiveram o Benefício de
Prestação Continuada (BPC) bloqueado recentemente. A suspensão atingiu os
beneficiários que não se inscreveram ou não atualizaram informações no Cadastro
Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Apesar de ser um benefício social, concedido pelo Ministério
do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, o BPC é pago pelo INSS.
Após um aumento na procura de informações sobre o desbloqueio nos últimos dias,
o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o presidente do INSS,
Alessandro Stefanutto, determinaram o mutirão de servidores das agências do
INSS.
Nas agências do INSS, o beneficiário obterá informações sobre
a revisão e registrará o comparecimento à agência da Previdência. Além do
atendimento presencial nas agências, o beneficiário pode ligar na Central de
Atendimento 135 e informar que a atualização ou a inscrição do CadÚnico está em
andamento. Em todos os casos, o benefício é desbloqueado em até três dias.
Nos dois casos, comparecimento à agência ou ligação para o
135, o beneficiário terá um prazo para ir ao Centro de Referência e Assistência
Social (Cras) do município onde reside. Apenas nos postos do Cras, é possível
se inscrever no CadÚnico ou atualizá-lo. O prazo é de 45 dias nos municípios
com até 50 mil habitantes e de 90 dias para os municípios com mais de 50 mil
habitantes. Quem não comparecer ao Cras terá o BPC suspenso.
Segundo o INSS, serão convocados extraordinariamente os
servidores lotados na Centrais de Análise de Benefícios (Ceabs), inclusive os
que estão em regime de teletrabalho parcial ou integral. A portaria com as
orientações aos servidores foi publicada em boletim interno do órgão nesta
sexta-feira (1º). As superintendências regionais do INSS avaliarão as unidades
precisam de suporte adicional de servidores ao longo dos 90 dias de atendimento
reforçado.
Balanço
Desde agosto está em andamento um programa de revisão de BPC
sem atualização cadastral há mais de 48 meses (quatro anos) e também das
pessoas não inscritas no CadÚnico. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e
Assistência Social, até 1,25 milhão de benefícios podem ser revistos.
Até o último dia 28, de 505 mil pessoas sem inscrição no
CadÚnico, 200 mil atualizaram os dados. Em relação aos cadastros
desatualizados, 640.686 benefícios foram revisados. Desse total, 71.237 tomaram
ciência da notificação, e outras 73.197 atualizaram as informações
espontaneamente. No entanto, 517.571 não tomaram ciência da notificação e não
compareceram ao Cras. Esses pagamentos também podem ser bloqueados.
Para consultar se o nome está na lista para fazer inscrição
ou atualização cadastral no CadÚnico basta acessar o aplicativo Meu INSS e, com
o número do CPF, fazer a pesquisa. Os beneficiários que moram em municípios do
Rio Grande do Sul com situação de calamidade pública reconhecida não passarão
pelo processo de inscrição no CadÚnico ou atualização cadastral neste momento.
Quem tem direito
Previsto na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), o BPC
garante um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65
anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. O Ministério do
Desenvolvimento e Assistência Social coordena e repassa o dinheiro do
benefício, com o INSS operando o pagamento nas agências.
Para ter direito ao BPC, é necessário que a renda por pessoa
do grupo familiar seja igual ou menor que um quarto do salário mínimo e que o
beneficiário e sua família estejam inscritos no CadÚnico. O cadastro deve ser
feito no município onde o beneficiário resida, antes mesmo de fazer o
requerimento.
Por não se tratar de aposentadoria, o BPC não exige
contribuição para o INSS. O BPC não paga 13º salário e nem deixa pensão por
morte.
Agência Brasil
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