Justiça amplia prazo para entrar na lista de credores da 123Milhas.
Consumidor pode ser incluído até dia 3 entre que têm valores
a receber
A Justiça prorrogou para o dia 3 de dezembro, uma
terça-feira, o prazo para inclusão dos consumidores lesados pela 123milhas na
lista de quem tem valores a receber ou para corrigir o valor a ser devolvido.
Para isso, os consumidores devem acessar o site da Administradora Judicial e
verificar se seus dados foram devidamente incluídos na lista de credores e se
os valores dos créditos estão corretos. O prazo anterior tinha terminado terça-feira
(26).
Segundo publicado em edital pela Justiça de Minas Gerais,
responsável pelo processo, todos os pedidos de ressarcimento devem,
obrigatoriamente, ser feitos no site indicado pela Justiça. Qualquer informação
apresentada no processo judicial será desconsiderada.
A Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) explica que, a
partir da consulta, podem surgir três casos diferentes, com procedimentos
exclusivos para cada um. A explicação sobre como proceder em cada caso, pode
ser vista em cartilha elaborada pela DPMG.
A cartilha também mostra o caminho para que os consumidores
que ainda não foram inseridos na lista peçam a inclusão de seus nomes e dos
valores a que têm direito na recuperação judicial e no plano de pagamento.
Todos os procedimentos podem ser realizados pelos próprios consumidores pela
internet.
A orientação da DPMG é que o consumidor não deixe a
habilitação de créditos ou a apresentação de divergências quanto a seus dados
pessoais e valores a receber, ou mesmo a leitura da cartilha, para a última
hora a leitura da cartilha, já que existem prazos previstos em lei que e
documentos que devem ser reunidos e apresentados.
Fundação Procon-SP
Segundo a assessora técnica do Procon-SP, Patrícia Dias, a
expectativa do órgão de defesa do consumidor é que todos os prejudicados que
fizerem a habilitação como credores no processo de recuperação judicial da
empresa sejam ressarcidos. “É fato que a empresa tem patrimônio que a própria
Justiça já separou. Este momento da recuperação é a identificação de todos os
credores para depois fazer o balanço para saber qual o patrimônio e o montante
da dívida”, explicou.
Patrícia alerta a todos que, mesmo que tenham procurado os
órgãos de defesa do consumidor municipais ou estaduais, é fundamental também
registrar seus dados e enviar a documentação pertinente no site mencionado,
para que conste expressamente na Recuperação Judicial, e seja considerado
credor da 123milhas.
Crise
A crise na companhia começou em 18 de agosto de 2023, quando
a 123milhas suspendeu a emissão de passagens e pacotes da linha Promo, mais
barata por não ter datas definidas de ida e volta, e propôs ressarcir seus
clientes por meio de vouchers (comprovantes de pagamento antecipado de
serviços).
A empresa foi fundada em 2016 em Belo Horizonte pelos irmãos
Ramiro e Augusto Madureira. Cinco anos depois, em 2021, já era o maior
anunciante do país, com investimento de R$ 2,37 bilhões na compra de espaço
publicitário.
No dia 29 de agosto do ano passado, a 123milhas protocolou no
Tribunal de Justiça de Minas Gerais um pedido de recuperação judicial. No
pedido, a empresa dizia que o objetivo era assegurar o cumprimento dos
compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. No dia
31, o pedido de recuperação judicial foi aceito pela 1ª Vara Empresarial de
Belo Horizonte. Com dívidas de R$ 2,3 bilhões, a plataforma de turismo pediu a
suspensão por 180 dias de ações de credores e consumidores que fossem à Justiça
após a interrupção de serviços.
Em janeiro de 2024, a juíza Cláudia Helena Barbosa, da 1ª
Vara Empresarial de Belo Horizonte, determinou a suspensão da recuperação
judicial da empresa 123milhas. Segundo a juíza, a recuperação judicial da
empresa ficaria suspensa até a nomeação de novos administradores judiciais.
Além disso, a 123milhas também teria que detalhar as reais condições da Lance
Hotéis e da MaxMilhas, que foram incluídas na recuperação judicial em outubro
do ano passado.
A recuperação judicial da 123milhas já tinha sido suspensa em
setembro, processo que foi retomado novamente em dezembro. Na época, a
Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça,
questionou a agência de viagens on-line sobre os motivos que a levaram a
cancelar pacotes e passagens.
Agência Brasil
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