Programa Melhor em Casa beneficia população da Paraíba com cuidados domiciliares.
Com 97 equipes, o programa atende atualmente a 78 municípios
do estado.
O Programa Melhor em Casa (PMeC), criado em 2011 pelo
Ministério da Saúde e integrado à Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS,
completou 13 anos de existência no último dia 8, impactando positivamente a
vida dos paraibanos. A iniciativa oferece cuidados domiciliares
multiprofissionais, com foco no tratamento de doenças, prevenção de sequelas,
cuidados paliativos e reabilitação intensiva. Atualmente, o programa conta com
2.187 equipes, atendendo cerca de 45% da população em 1.000 municípios. Na
Paraíba, está presente em 78 municípios, com 97 equipes dedicadas ao cuidado
domiciliar.
O PMeC oferece um cuidado mais próximo da vida familiar,
evitando hospitalizações ou dando continuidade após uma internação hospitalar.
Ele é voltado para pessoas que, por limitações temporárias ou permanentes, não
conseguem se deslocar até uma unidade de saúde para tratar uma doença. Em 2023,
o programa teve importantes revisões em sua normativa, que definiram o aumento
de 30% nos valores de custeio, a possibilidade de equipes exclusivas para
reabilitação intensiva para municípios menores de 20 mil habitantes e a
implementação do telessaúde no serviço, entre outras inovações.
Com a criação da Política Nacional de Cuidados Paliativos
(PNCP) neste ano, a atenção domiciliar teve sua importância evidenciada como
uma ferramenta primordial na realização de cuidados paliativos. Além de ampliar
o acesso à RAS, o programa otimiza o uso de leitos hospitalares, reordena os
fluxos e humaniza a relação entre o paciente e os profissionais de saúde.
A coordenadora-geral de Atenção Domiciliar do Ministério da
Saúde, Mariana Borges, afirma que o Melhor em Casa é o ‘maior hospital público
do Brasil’: “A atenção domiciliar é uma porta de saída qualificada que colabora
para a desinstitucionalização e desospitalização da saúde. O hospital sempre
irá existir, mas a internação será cada vez por menos tempo. A pessoa entra,
faz o que precisa e volta para casa. Se estiver estável e não necessitar de
cirurgias adicionais, pode ficar em casa”, explicou.
“Estudos mostram que o paciente, com a mesma medicação, leva
o mesmo tempo para ter alta, estando em casa ou no hospital. No entanto, em
casa o custo é em média 70% menor. Fora do hospital se compreende a
multiplicidade de fatores que a equipe de saúde pode atender, a dinâmica
completa do indivíduo, que deixa de ser biológico para ser biográfico”,
completou a coordenadora.
Melhor em Casa em números
O custeio do PMeC é realizado de forma tripartite, com
recursos da União, estados e municípios. O orçamento anual do programa é de R$
895,5 milhões, divididos entre equipes multiprofissionais de atenção domiciliar
(EMAD) tipos I e II; e equipes de apoio (EMAP e EMAP R). A atuação dos
profissionais é voltada para a alta complexidade, de forma interdisciplinar,
intersetorial e interprofissional.
Ao longo dos anos, o número de equipes aumentou de forma
gradual. Em 2022, havia 1.971 equipes habilitadas; em 2023, esse número subiu
para 2.137, e atualmente são 2.187 equipes em operação. Em 2023, o total de
atendimentos realizados foi de 5.190.708, o que resulta em uma média mensal de
432 mil atendimentos. Deste total, 68,4% foram prestados a pessoas com 60 anos
ou mais.
Os principais problemas de saúde atendidos são: Acidente
Vascular Cerebral (AVC) e suas sequelas, infecções, descompensação de diabetes,
insuficiência cardíaca, enfisema, fase terminal de câncer, demências e feridas.
Adesão ao programa
Todas as faixas etárias podem receber atendimento pelo Melhor
em Casa, mas a predominância é de pessoas idosas. Jovens, crianças e
recém-nascidos com problemas de baixo peso, icterícia, síndromes neurológicas e
má-formação também são assistidos.
A adesão ao programa é voluntária. A solicitação deve
acontecer pelas secretarias municipais ou estaduais de saúde via Sistema de
Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS). Além de seguir os
critérios e orientações das portarias vigentes, para ser habilitado e receber
recursos federais, a gestão local deve possuir equipe pronta e implantada em um
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) que já tenha produzido,
no mínimo, um atendimento registrado no Sistema de Informação em Saúde para a
Atenção Básica.
Ministério da Saúde
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