STF determina prisão de suspeitos por planejamento de golpe contra democracia.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes (foto), tornou pública a decisão em que determina a prisão preventiva, além de
medidas cautelares, de cinco investigados por participação no planejamento de
golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, no âmbito
da Petição (Pet) 13236. O pedido foi feito pela Polícia Federal e recebeu o
aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal identificou que as ações ilícitas envolviam
militares com formação em Forças Especiais do Exército, incluindo a
participação de um general de brigada da reserva, e teriam ocorrido nos meses
de novembro e dezembro de 2022.
A operação era denominada pelos investigados de “Copa 2022” e
tinha por finalidade monitorar e eventualmente prender ou assassinar
figuras-chave, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente
eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin. Segundo a
investigação, o objetivo era impedir a posse do governo legitimamente eleito e
restringir o livre exercício do Poder Judiciário.
De acordo com a PF, as providências envolveriam o uso de
técnicas militares e uma rede de comunicação baseada em anonimato,
monitoramento clandestino e emprego ilícito de recursos públicos. Diálogos
obtidos revelaram a preparação de ações por uma organização clandestina, com
base em Brasília.
Os indícios foram identificados, inicialmente, a partir das
análises dos dados armazenados no aparelho celular do ex-ajudante de ordens da
Presidência da República Mauro Cid, especialmente nas mensagens compartilhadas
com o coronel do Exército Marcelo Câmara. Em sua manifestação, a PGR concordou
com a representação da PF.
Em sua decisão, o ministro considerou que foram demonstradas
evidências de que a operação envolvia ameaças reais à democracia brasileira e à
integridade das instituições. Para o relator, as medidas requeridas estão
plenamente justificadas pela autoridade policial e são “necessárias e
adequadas” para a completa elucidação dos fatos investigados.
Foi determinada a prisão preventiva dos militares do Exército
Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra Azevedo, do
general da reserva Mário Fernandes e do agente da Polícia Federal Wladimir
Matos Soares.
Entre as medidas cautelares impostas estão a busca e
apreensão de armas, munições, computadores, celulares e outros dispositivos
eletrônicos, a proibição de comunicação entre os investigados, a suspensão de
funções públicas e a determinação de entrega de passaportes.
Assessoria
Nenhum comentário