Defesa Civil Nacional fecha o ano com mais de R$ 4,8 bilhões para municípios brasileiros.
Recursos foram destinados
aos estados com registros de desastres, pagamento do Auxílio Reconstrução e
Operação Carro-Pipa
Responsável por coordenar
ações de proteção e defesa civil em todo o País, a Defesa Civil Nacional chega
ao fim de 2024 com uma atuação marcante e números expressivos. Até o início
deste mês, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR)
empenhou R$ 4,8 bilhões para ajudar municípios brasileiros afetados por
desastres ou com escassez no abastecimento de água, sendo R$ 2,3 bilhões
destinados aos estados com registros de eventos extremos, R$ 2 bilhões para
pagamento do Auxílio Reconstrução e R$ 500 milhões para Operação Carro-Pipa.
Para dar apoio às vítimas,
equipes do Grupo de Apoio a Desastres (Gade), da Secretaria Nacional de
Proteção e Defesa Civil (Sedec), também foram mobilizadas ao longo do ano para
ajudar in loco as cidades atingidas por desastres. Ao todo, 115 colaboradores e
servidores foram enviados para oito operações em 11 estados. Entre as funções
do Gade, destaque para a contribuição na elaboração dos planos de trabalho e,
consequentemente, maior agilidade na liberação de recursos.
Para atender as cidades com
mais rapidez, a Sedec também implementou a modalidade de recurso sumário como
mecanismo de repasse de valores para ações de socorro e assistência humanitária
sem necessidade de análise prévia. Para receber o apoio financeiro, os
municípios precisam estar com o estado de calamidade pública declarado pelo
ente federado. Cada cidade recebe um valor fixo para executar ações
pré-estabelecidas pela secretaria, conforme as portarias nº
1.384/2024 e nº 1.466/2024.
Maior desastre da história
do Brasil
No fim de abril, o Rio Grande
do Sul foi atingido por um dos maiores desastres da história do País. As
enchentes destruíram grande parte do estado e afetaram a população gaúcha de
inúmeras formas. De acordo com a defesa civil estadual, mais de 2,3 milhões de
pessoas foram prejudicadas em 471 cidades, o equivalente a quase 95% dos
municípios gaúchos. Diante do cenário, a Defesa Civil Nacional montou uma
força-tarefa para ajudar na recuperação das cidades, o que marcou o ano de
2024.
Desde o início do desastre
até o momento, o MIDR empenhou R$ 1,3 bilhão para atender aos municípios. A
pasta também adotou a aprovação de recurso sumário para agilizar o apoio ao
estado. “Foi uma ação inédita. O Brasil nunca tinha feito aprovação por
rito sumário em nenhum desastre ao longo da história. Pela primeira vez, a
Defesa Civil Nacional trabalhou dessa forma para garantir a transferência de
recursos”, destaca o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional,
Waldez Góes.
Além da mobilização do Gade,
o ministro Waldez e o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei
Wolff, estiveram no Rio Grande do Sul diversas vezes para acompanhar as ações
de perto. Recentemente, outras equipes da Defesa Civil Nacional também visitaram
o estado para esclarecer dúvidas técnicas e ajudar na elaboração dos planos de
trabalho para garantir mais recursos para a reconstrução de infraestruturas
públicas destruídas e demanda habitacional.
“A resposta do Governo
Federal ao desastre foi gigante e muito ágil. O restabelecimento de internet,
energia, água e logística esteve entre as primeiras providências adotadas.
Ainda nos primeiros dias, chegamos a ter 600 homens trabalhando nas estradas,
pois a primeira medida era restabelecer e não reconstruir. Restabelecer para
poder entrar insumos, ajuda, oxigênio, produtos alimentícios, e, assim,
garantir o abastecimento de bens necessários para a população gaúcha”, completa
Waldez.
O ministro ressalta outras
ações inéditas para apoiar o Rio Grande do Sul. “Devemos muito ao presidente
Lula, porque, em regra, a gente reconhece a situação de emergência primeiro e
faz o plano de trabalho depois. Ele foi além disso e propôs a ida dos Chefes
dos Poderes ao estado primeiro. Em seguida, propôs o decreto de calamidade
pública ao Congresso Nacional e começou a ancorar uma dezena de medidas
provisórias, respondendo a cada setor. Nós fizemos algo que o Brasil nunca
tinha feito: esgotar a água das cidades inundadas. Nosso País nunca teve um
plano de trabalho para fazer isso e nós fizemos para o Rio Grande do Sul.
Buscamos bombas em diversas partes do Brasil, em vários estados do Nordeste,
inclusive da Petrobras, e alugamos outras também”, acrescenta.
De acordo com o ministro, na
Região Metropolitana de Porto Alegre, muitos diques não foram capazes de conter
a enxurrada. “A água entrou na cidade e, depois que o Guaíba baixou, ela não
saiu. Como resolvemos isso? Bombeando, jogando para dentro do Guaíba. Levamos
dezenas de dias para tirar a água de dentro de Porto Alegre, São Leopoldo,
Canoas. Muito lixo foi retirado. Foram muitas frentes abertas para cuidar das
pessoas, tirar a água da cidade, limpeza, restabelecimento do serviço público,
abastecimento dos municípios e, agora, a fase de reconstrução”, completa.
Auxílio Reconstrução ajudou
famílias gaúchas
Para ajudar na recuperação
de bens perdidos nas enchentes, o Governo Federal também criou o Auxílio
Reconstrução. O benefício de R$ 5,1 mil, pago em parcela única para cada
família afetada pelo desastre, pôde ser utilizado da maneira que as vítimas
acharam melhor.
No total, o Governo Federal
esperava atender 375 mil famílias gaúchas, representando R$ 1,9 bilhão de
recursos, mas já ultrapassou a meta. Desde a criação do auxílio até o momento,
mais de 400 mil cadastros foram aprovados.
O benefício foi criado
pela Medida Provisória nº 1.219, editada pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, e regulamentado pela Portaria n°1.774, publicada em 21 de
maio.
Para estabelecer critérios,
conceitos e procedimentos operacionais para o pagamento do Auxílio
Reconstrução, o MIDR publicou uma Instrução Normativa. Clique aqui e
confira a íntegra.
Tecnologia de ponta para o
envio de alertas
O ano de 2024 também foi
marcado pelo lançamento do Defesa Civil Alerta, novo sistema de envio de
alertas em casos de desastres de grande perigo. A ferramenta é um marco nas
ações de proteção e defesa civil e insere o Brasil em um novo patamar de gestão
de riscos de desastres.
A nova tecnologia está
disponível para todos os estados das regiões Sul e Sudeste. Antes de ser
implementada, a ferramenta foi testada em 11 municípios brasileiros durante 30
dias. Além disso, alertas de demonstração também foram enviados para 36 cidades
gaúchas e Belo Horizonte. Após habilitar o uso, as primeiras cidades que
utilizaram o sistema foram Petrópolis (RJ), Vitória (ES) e Campinas (SP),
durante o período de fortes chuvas de dezembro.
O sistema utiliza a rede de
telefonia celular para emitir alertas gratuitos, com mensagem de texto e
aviso sonoro, inibindo qualquer conteúdo em uso na tela do aparelho, inclusive
no modo silencioso. Os alertas são disparados para a população em área de risco
e com cobertura de rede 4G ou 5G, sem necessidade de cadastro prévio do
usuário.
Papel fundamental no G20
Neste ano, outro grande
feito foi a aprovação da primeira declaração ministerial do
Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20, coordenado
pelo MIDR. A aprovação ocorreu em novembro durante evento em Belém, no Pará. Na
ocasião, países membros e convidados do grupo entraram em consenso quanto aos
itens fundamentais para a gestão de riscos em casos de eventos extremos.
A declaração deve
ser seguida por todas as nações. “Nossa intenção é que as nações coloquem esse
documento em prática, priorizando a redução do risco de desastres, diminuindo
as desigualdades e as vulnerabilidades e mitigando os danos. As soluções
baseadas na natureza também estão em foco. Não adianta impermeabilizar,
asfaltar e concretar tudo o que vemos pela frente, ações como essas acabam
impactando no fluxo natural das águas”, afirma o ministro Waldez.
“Quem mais sofre são os que
estão em maior vulnerabilidade. Dificilmente conseguiremos diminuir o número de
eventos climáticos, eles devem ficar até mais agressivos, portanto, precisamos
lutar ainda mais por inclusão no processo de desenvolvimento”, completa Waldez.
Plano Nacional de Proteção e
Defesa Civil
A elaboração e conclusão
do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, também está entre as grandes
conquistas de 2024. Principal instrumento de gestão de riscos de desastres no
Brasil, o documento, previsto para ser lançado em breve, traz princípios,
diretrizes, objetivos e metas para um gerenciamento integrado e coordenado
entre União, estados, Distrito Federal e municípios.
O objetivo principal do
plano é fortalecer a implementação da Política Nacional de Proteção e Defesa
Civil (PNPDEC) em cinco eixos fundamentais: prevenção, mitigação, preparação,
resposta e recuperação.
“Nosso objetivo é construir
uma cultura de prevenção para que as pessoas compreendam os riscos e ajam
proativamente para reduzir os impactos dos desastres. É um plano ambicioso, mas
acredito que, com a colaboração de todos, poderemos alcançar nossos objetivos e
proteger a população de forma mais eficaz”, afirma o secretário Nacional de
Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff.
Água para a população
Em paralelo ao esforço para
ajudar municípios brasileiros afetados por desastres e melhorar a gestão de
riscos no Brasil, a Defesa Civil Nacional também se destaca pelos mais de R$
500 milhões liberados para a Operação Carro-Pipa.
No total, oito estados
nordestinos foram beneficiados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Seca histórica
Diante do cenário de seca e
estiagem na Amazônia Legal, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento
Regional (MIDR) segue apoiando os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão. Até dezembro, foram
aprovados R$ 133,1 milhões para ações de socorro, assistência humanitária e
restabelecimento.
Ao todo, 182 reconhecimentos
federais de situação de emergência estão vigentes e 149 planos de trabalho
foram aprovados. Com base nas informações enviadas nos planos, a equipe técnica
da Defesa Civil Nacional avalia as metas e os valores solicitados. Com a
aprovação, uma portaria é publicada no Diário Oficial da União (DOU) com o
valor a ser liberado.
O ministro da Integração e
do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destaca que o ano de 2024 foi
atípico. "Nunca tivemos uma estiagem tão desafiadora. Com a intensidade
das mudanças climáticas e alterações nos fenômenos El Niño e La Niña,
observamos, neste ano, situações que são mais críticas, intensas e frequentes”,
afirmou.
Fonte: MIDR/Brasil 61 -
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