Pastor é um dos mandantes do assassinato do prefeito de João Dias, diz polícia.
Mandados de prisão e de
busca foram cumpridos em três cidades da região Oeste potiguar nesta
sexta-feira (27). Ex-prefeita e vereadora estão foragidas.
Um pastor de 27 anos de
idade foi um dos mandantes do assassinato do prefeito de João Dias,, Marcelo
Oliveira, e o pai dele, Sandi Oliveira, segundo a Polícia Civil. O crime
aconteceu em agosto, durante a campanha eleitoral.
As identidades dos mandantes
não foram reveladas. O pastor de 27 anos atuava em uma igreja evangélica da
região. De acordo com a Polícia Civil, ele está entre os seis presos nesta
sexta-feira (27) em nova fase de investigação do crime.
Policiais cumpriram seis
mandados de prisão e outros seis de busca e apreensão domiciliar nas cidades de
João Dias, Patu e Marcelino Vieira.
De acordo com o delegado
Alex Wagner, da Divisão de Polícia Civil do Oeste, o pastor teria auxiliado o
grupo a tentar encontrar um lugar ideal para o crime ser cometido. A igreja
evangélica, inclusive, chegou a ser pensada como possibilidade.
"A questão do pastor é
que ele ajudava na logística do crime, de encontrar o melhor local pra cometer
o crime, o momento mais adequado", explicou o delegado.
"Foi cogitado,
inclusive, cometer durante o culto onde o Marcelo [prefeito] visitava, porque
era o momento que ele estava vulnerável, exposto".
Segundo a Polícia Civil, a
operação recebeu o nome “Profanos” porque, segundo as investigações, o crime
foi articulado durante um culto religioso.
Segundo a Secretaria de
Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, o inquérito foi
concluído com o indiciamento de oito pessoas como executores e outras cinco
como mentores intelectuais do duplo homicídio, "além de 10 pessoas já
indiciadas por formação de milícia".
Ex-prefeita e irmã vereadora
foragidas
A ex-prefeita da cidade,
Damária Jácome - que foi vice de Marcelo Oliveira - e a vereadora Leidiane
Jácome, irmã dela, também tiveram mandados de prisão aberto contra elas, mas
não foram encontradas. Segundo a Polícia Civil, elas passaram a ser
consideradas foragidas.
Em nota, o advogado de
defesa das irmãs, informou que "reafirma a inocência de ambas e a ausência
de qualquer relação com esses crimes". Além disso, garantiu que Damária e
a irmã não estão foragidas.
"Sequer sabiam dessa
operação ou de qualquer mandado de prisão contra elas. Como é comum nesse
período, a família viajou", informou a nota.
Segundo o advogado,
"devido ao clima de insegurança na cidade, Damária achou por bem ficar
longe durante esses dias que antecedem a posse da prefeita eleita, evitando com
isso qualquer tipo de problema".
O advogado disse ainda que
Damária enviou para todas as autoridades "denúncias de ameaças que ela e
sua família estão sofrendo e, por segurança, todos saíram da cidade".
O crime
Embora fosse conhecido como
Marcelo, o nome do prefeito de João Dias era Francisco Damião de Oliveira, de
38 anos.
Ele era candidato à
reeleição e, junto do pai, estava visitando casas de apoiadores no fim da manhã
do dia 27 de agosto, por volta das 11h, no conjunto São Geraldo, em João Dias,
quando criminosos distribuídos em dois veículos chegaram repentinamente ao
local e atiraram contra os dois. Um segurança do gestor também foi baleado.
O pai do prefeito, Sandi
Alves de Oliveira, de 58 anos, morreu na hora. Marcelo chegou a ser socorrido e
deu entrada com vida em um hospital de Catolé do Rocha, na Paraíba, mas não
resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele foi atingido por 11 disparos de
arma de fogo.
No mesmo dia, as forças de
segurança do Rio Grande do Norte começaram uma força tarefa para prender os
autores do crime. Além de suspeitos de envolvimento na execução, outras 10
pessoas foram presas suspeitas de montar um plano de vingança pelo assassinato
do gestor.
Após o crime, o irmão de
Marcelo e filho de Sandi Oliveira, Jessé Oliveira, então presidente da Câmara
Municipal, assumiu a gestão do município, porque a vice-prefeita Damária Jácome
estava impedida pela Justiça. Ele abriu mão da candidatura à reeleição ao cargo
de vereador.
A esposa do prefeito morto,
Fatinha de Marcelo, foi escolhida como a candidata do União Brasil em substituição
do marido e eleita no dia 6 de outubro como a gestora municipal a partir de
2025.
Quem eram as vítimas
Eleito pela primeira vez em
2020, Marcelo renunciou ao mandato em julho de 2021, mas voltou à Prefeitura em
outubro de 2022, depois que alegou na Justiça que tinha sido coagido a abrir
mão do cargo sob ameaças da família da sua então vice-prefeita, Damária Jácome.
Por Inter TV Costa Branca e g1 RN
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