Projeto de Picuí (PB) conquista o primeiro lugar na categoria III do Prêmio Nacional Liga STEAM 2024 com o uso de tecnologia eletrônica para combater a escassez hídrica.
Coordenado pelo professor Fernando Costa Fernandes Gomes,
projeto desenvolveu protótipo para filtragem e reuso de “águas cinzas” em
residências.
Um sistema que permite o reuso residencial não potável de
“águas cinzas” (águas residuais de chuveiros, pias, tanques e máquinas de
lavar), desenvolvido por estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba, da cidade de Picuí (PB), foi o grande vencedor ficou na
categoria Ensino Médio do Prêmio Nacional Liga STEAM 2024. Coordenado pelo
professor Fernando Costa Fernandes Gomes, o projeto inclui um filtro com
gerenciamento eletrônico, integrado a um aplicativo de celular, capaz de fazer
análise de pH da água filtrada e sua correção, se necessário, para posterior
transferência a um reservatório, visando o reaproveitamento do líquido.
“Esperamos que o protótipo possa ser melhorado e reproduzido
num futuro próximo, para que seja instalado em residências, possibilitando o
reuso de águas, com economia financeira para as famílias e diminuição do
impacto ambiental gerado pela necessidade cada vez maior de seu consumo”,
explica o professor Fernando.
O projeto vencedor receberá um prêmio de R$ 25 mil reais,
sendo R$ 10 mil para o professor responsável, R$ 10 mil para a compra de
equipamentos ou benfeitorias para a escola e R$ 5 mil para a premiação da turma
que realizou o projeto. A premiação dos estudantes poderá ser utilizada para
compra de equipamentos, realização de benfeitorias na unidade escolar,
organização de visitas técnicas ou recreativas, entre outras possibilidades, em
consonância com a escola.
Entusiasmo com o trabalho
O trabalho dos estudantes de Picuí partiu do tema norteador
do Prêmio Liga STEAM 2024: “Pensar agora nos limites do planeta é BOM PRO
MUNDO”. A ideia surgiu após discussão sobre Justiça Climática em sala de aula.
“Conversando sobre os problemas ambientais de nossos municípios, foi opinião
unânime que tínhamos um problema de escassez hídrica”, conta o professor
Fernando. “O que me surpreendeu foi a forma como os alunos compraram a ideia:
eles se empolgavam quando era dia de trabalhar no projeto e que toda a avaliação
estaria voltada para a participação deles”, diz o professor. “Muitos relataram
que o que aprenderam foi algo para a vida e não, simplesmente, um conteúdo
desta ou daquela disciplina.”
Participante do Prêmio Nacional Liga STEAM pela primeira vez,
o professor Fernando conta que soube do Prêmio pelo Instagram. Ele e outros
colegas se sentiram estimulados com o desafio proposto pela competição. “Era um
desejo antigo entre os professores mudar a prática docente e inserir cada vez
mais a abordagem STEAM nas aulas”, diz. “Ao lermos o edital, vimos que
poderíamos participar com nossa turma de informática e que seria um desafio bem
interessante de ser aplicado em sala de aula”, revela o professor, que pretende
se inscrever na próxima edição do Prêmio, além das outras estratégias da Liga
STEAM.
A Liga STEAM
Realizado pela Aliança Social entre a Fundação ArcelorMittal
e AVSI Brasil, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, e parceria técnica
da Tríade Educacional, o prêmio é uma das iniciativas da estratégia Liga STEAM,
que visa promover a adoção da abordagem educacional STEAM nas escolas
brasileiras. Bastante difundida em países como Estados Unidos, China, Austrália
e Reino Unido, essa abordagem integra as áreas de Ciência, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática, por meio de metodologias ativas, como o desenvolvimento
de projetos para a resolução de problemas reais do dia a dia dos alunos.
Além do Prêmio Nacional Liga STEAM, a estratégia contempla a
formação em STEAM para educadores de redes públicas de ensino, em parcerias com
as Secretarias Municipais de Educação, e a criação de uma Comunidade de
Educadores Liga STEAM, para torná-los referência e promotores da abordagem em
suas regiões de atuação.
O Prêmio Nacional Liga STEAM é dividido em três categorias:
(I) Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, (II) Anos Iniciais
e Anos Finais do Ensino Fundamental e (III) Ensino Médio. Neste ano, a
premiação trouxe como tema “Pensar agora nos limites do planeta é BOM PRO
MUNDO”, com o foco nas mudanças climáticas. Confira a classificação final:
Categoria I (crianças de 4 a 7 anos):
· 1º lugar:
Professora Sabrina Aparecida Pereira - CEMEI Professora Ariadna Balbino
Gambogi, de Varginha (MG) - Bananeira sustentável: criando soluções para
valorizar os resíduos agrícolas e amenizar os efeitos da mudança climática -
Educação Infantil.
· 2º lugar:
Professora Fernanda Maria de Araújo Pessoa - Escola Municipal Allan Kardec, de
Olinda (PE) - Mais verde e menos cinza para viver bem - 2º ano do Ensino
Fundamental.
· 3º lugar:
Professor Bruno Henrique Passos de Jesus - Escola de Ensino Fundamental Edith
Krieger Zabel, de Brusque (SC) - Guardiões das abelhas: monitorando o clima
para proteger nossas colmeias - Educação Infantil.
Categoria II (crianças de 8 a 14 anos):
· 1º lugar -
Professora Mary Sonia Dutra de Alencar - Colégio Nossa Senhora do Carmo, de
Parintins (AM) - Feiras verdes e mudanças climáticas: preparando-se para o
futuro - 3º ano do Ensino Fundamental.
· 2º lugar:
Professor Fábio Henrique Cogo - Escola Estadual Professor Elias de Mello Ayres,
de Piracicaba (SP) - Monitoramento climático com IoT* para otimização da
produção alimentar em espaços urbanos subaproveitados - 6º ano do Ensino
Fundamental. (IoT - Internet of Things)
· 3º lugar:
Professor Marcos Wallace Lima Sousa - Escola Municipal Santos Dumont, de
Imperatriz (MA) - Revitalização do Viveiro Bacuri Verde: arborização e
sustentabilidade ecológica - 8º ano do Ensino Fundamental.
Categoria III (de 15 a 17 anos):
1º lugar: Professor Fernando Costa Fernandes Gomes -
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, de Picuí (PB) -
Desenvolvimento de dispositivos analógicos e/ou digitais para auxiliar no
combate à escassez hídrica - 3ª série do Ensino Médio.
2º lugar: Professora Karla Pedroza Oliveira - Colégio
Estadual Paulo Freire, de Jequié (BA) - A Cidade Sol não pode ter MEDO da
chuva! - 1ª série do Ensino Médio.
3º lugar: Professor Lute Rafael de Souza - Centro de Ensino
Casemiro de Abreu, de Tutóia (MA) - Green Tutys Ecobloco: produção de tijolos
com vidro e entulho - 2ª série do Ensino Médio.
Fundação ArcelorMittal
Criada em 1988, a Fundação ArcelorMittal é responsável por
direcionar os investimentos sociais e conectar o Grupo ArcelorMittal a causas
relevantes para a cidadania das crianças e jovens brasileiros. As iniciativas
promovidas pela Fundação se articulam em três eixos prioritários: Educação,
Cultura e Esporte. Só em 2022, mais de R$ 73 milhões foram investidos em
recursos próprios e incentivados.
Fundação Banco do Brasil
Em 1985, o Banco do Brasil instituiu a Fundação BB para
contribuir para a transformação social dos brasileiros e o desenvolvimento
sustentável do país. É a principal instituição gestora dos projetos
socioambientais apoiados por meio do Investimento Social Privado - ISP do BB e
de parceiros. Nos últimos 10 anos, foram investidos R$ 2,6 bilhões em 10 mil
iniciativas que impactaram positivamente a vida de 6,6 milhões de pessoas.
Tríade Educacional
É referência na formação docente e na produção de materiais
relacionados à educação inovadora, envolvendo temáticas como Metodologias
Ativas, Ensino Híbrido e STEAM. Seus diretores, Lilian Bacich e Leandro
Holanda, são autores de materiais que são bases de propostas de formação nessas
temáticas pelo país e têm impactado milhares de educadores e centenas de
instituições de ensino nos últimos 10 anos.
Associação Voluntários para o Serviço Internacional – AVSI
Brasil
Organização brasileira, sem fins lucrativos, tem a missão de
tornar as pessoas protagonistas de seu desenvolvimento, de suas famílias e de
suas comunidades, por meio de projetos sociais em contextos de vulnerabilidade
ou emergência humanitária. É vinculada à Fundação AVSI, ONG de origem italiana
que atua em 39 países. Está presente no Brasil desde a década de 1980, com
atividades crescentes que estimularam a criação da AVSI Brasil, constituída em
2007.
Assessoria
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