Senado pede que Dino libere recursos de emendas parlamentares.
Parte das emendas bloqueadas foi liberada neste domingo
Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o
Senado pediu ao ministro Flávio Dino (foto), que autorize a liberação dos recursos das
emendas parlamentares suspensas pelo magistrado. A Advocacia-Geral do Senado
argumentou que a Casa cumpriu todas as exigências legais de transparência na
indicação das emendas de comissões.
“O Senado Federal observou o procedimento previsto segundo as
normas vigentes para a efetivação das aludidas emendas de comissão, o que deve
importar na promoção dos empenhos respectivos, cujo prazo se encerra amanhã 31
de dezembro de 2024, ressalvados eventuais impedimentos de ordem técnica assim
como a própria discricionariedade do Poder Executivo”, afirmam os advogados do
Senado.
Na semana passada, o ministro Dino suspendeu o pagamento de
R$ 4,2 bilhões em emendas por considerar que os recursos não cumpriram os
critérios de transparência e rastreabilidade, determinando ainda a instauração
de um inquérito policial para apurar o caso.
Neste domingo (29), Dino liberou parte dos recursos para não
causar mais transtornos com os bloqueios. Apesar da mudança, frisou que o ofício enviado pelo Congresso Nacional
ao Executivo para liberação dos recursos tinha “nulidade insanável”. O ministro
do STF argumenta que os recursos não foram aprovados pelas Comissões, que
estavam suspensas por decisão do presidente da Casa, deputado Arthur Lira
(PP-AL), entre os dias 16 e 20 de dezembro.
Assim com a advocacia da Câmara, o Senado argumentou que a
Lei Complementar 210/2024 não poderia valer para a definição das emendas em
2024, apenas a partir de 2025. A legislação definiu novas regras para o
pagamento das emendas parlamentares e foi sancionada em novembro deste ano.
Porém, o Senado solicitou que, ainda que as regras da Lei
210/2024 sejam aplicadas na definição do Orçamento deste ano, que Flávio Dino
permita o empenho dos recursos, condicionando o pagamento à individualização
das emendas exigidas pelo STF após o recesso parlamentar.
“Embora a Lei Complementar 210/2024 em tese não deva alcançar
a execução do orçamento de 2024, mas tão-somente o de 2025 em diante, caso
Vossa Excelência a entenda como aplicável ao procedimento atual, pugna-se para
que os empenhos orçamentários sejam autorizados, condicionando-se o consequente
pagamento à aprovação das individualizações pelo colegiado das comissões,
imediatamente após o recesso parlamentar”, afirmou o Senado em petição enviada
ao ministro Flávio Dino.
Entenda
Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas
de RP8 e RP9 – apelidadas de orçamento secreto - eram inconstitucionais. Após a
decisão, o Congresso Nacional aprovou resolução durando as regras de
distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da
Corte.
No entanto, o PSOL entrou com a ação contra as emendas
argumentando que a decisão do STF continuava sendo desrespeitada e que o
orçamento secreto continuava em vigor.
Com isso, o ministro Flávio Dino determinou a suspensão das
emendas em agosto deste ano e decidiu que os repasses devem seguir determinados
critérios de rastreabilidade e transparência. O ministro também determinou que
a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares
por meio das emendas do orçamento secreto.
Em novembro deste ano, foi sancionada a Lei Complementar 210
de 2024 com objetivo de atender as exigências de transparência, eficiência e
rastreabilidade das emendas parlamentares exigidas pelo STF.
Agência Brasil
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