Governo pagará R$ 60 mil a famílias de crianças afetadas pelo Zika.
Indenização será paga em casos de criança com deficiência
comprovada.
Medida provisória publicada nesta quinta-feira (9) no Diário
Oficial da União autoriza o pagamento, por parte do governo federal, de
indenização no valor de R$ 60 mil para famílias de crianças com deficiência
causada por infecção pelo vírus Zika.
“Fica instituído apoio financeiro à pessoa nascida entre 1º
de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2024, com deficiência decorrente de
síndrome congênita causada pela infecção da genitora pelo vírus Zika durante a
gestação.”
De acordo com o texto, o requerimento da indenização deverá
ser feito ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sendo obrigatória a
constatação da relação entre a síndrome congênita e a contaminação da mãe pelo
Zika durante a gestação; e da deficiência.
A publicação cita ainda que o pagamento do valor não será
considerado para fins de cálculo de renda mínima destinado à permanência da
pessoa no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);
à elegibilidade para o recebimento do benefício de prestação continuada; e à
transferência de renda do Programa Bolsa Família.
“O apoio financeiro de que trata esta medida provisória,
ressalvado o direito de opção, não é acumulável com qualquer indenização da
mesma natureza concedida por decisão judicial.”
As despesas decorrentes do pagamento da indenização, segundo
o texto, correrão à conta do programa orçamentário Indenizações e Pensões
Especiais de Responsabilidade da União.
A medida provisória tem validade a partir do momento em que é
publicada, mas precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara dos Deputados e
do Senado para se tornar lei. O prazo de vigência da MP é de até 120 dias.
Entenda
A síndrome congênita associada à infecção pelo Zika
compreende um conjunto de anomalias congênitas que podem incluir alterações
visuais, auditivas e neuropsicomotoras em indivíduos expostos ao vírus durante
a gestação.
Tais alterações, de acordo com o Ministério da Saúde, podem
variar quanto à severidade, sendo que, quanto mais cedo ocorre a infecção
durante a gestação, mais graves tendem a ser os sinais e sintomas
característicos da síndrome.
A principal forma de transmissão do Zika em mulheres grávidas
é por meio da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, mas a transmissão
também pode ocorrer por meio de relação sexual com indivíduos infectados ou de
transfusão sanguínea.
A síndrome foi descoberta em 2015, após alteração no padrão
de ocorrência de microcefalia em bebês nascidos vivos no Brasil. À época, o
evento foi considerado emergência em saúde pública de importância nacional e,
posteriormente, internacional.
Algum tempo depois, constatou-se que os casos de
microcefalia, que também cursavam com outras anomalias cerebrais e alterações
neurológicas, estavam associados à infecção pelo Zika no período gestacional.
Agência Brasil
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