Reajuste do salário mínimo custará mais de R$ 4 bilhões aos cofres municipais em 2025, diz CNM
A entidade afirma que mais de 2 milhões de cargos da esfera
municipal contam com remuneração de até um salário mínimo e meio e devem ter
reajuste
O salário mínimo do Brasil passou de R$ 1.412 para R$ 1.518,
em 2025. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios
(CNM), esse aumento de 7,5% custará R$ 4,41 bilhões aos cofres públicos
municipais neste ano. A entidade afirma que mais de 2 milhões de cargos da
esfera municipal contam com remuneração de até um salário mínimo e meio e devem
ter o reajuste.
De acordo com o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, os
municípios de pequeno porte são os mais afetados, já que adotam remunerações
com valor próximo ao do salário mínimo. Além disso, ele alega que os entes
estão gastando mais com folha de pagamento devido ao excesso de novas
atribuições repassadas por estados e pela União aos municípios.
Os municípios dos estados da Bahia, do Ceará e de Minas
Gerais contam com a maior quantidade de servidores municipais que recebem até
um salário mínimo e meio. As cidades desses três estados concentram mais de 30%
do total de servidores municipais levantados.
Por outro lado, municípios do Acre, do Amapá e de Roraima
possuem o menor número de servidores municipais dentro desta faixa salarial.
Juntas, essas unidades da federação representam somente 1% do total.
Limite de gastos
Diante desse quadro, a CNM manifesta preocupação com
reajustes salariais, pelo risco de ultrapassar limites de gastos
com pessoal determinados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Pelo que
prevê a legislação, os entes que excedem essas despesas em 60% da Receita
Corrente Líquida ficam sujeitos a algumas penalidades, como, por exemplo, a
proibição de admissão de novos servidores.
De acordo com o levantamento, em 2023, 25% dos municípios do
país tinham algum alerta acerca de gasto de pessoal no primeiro quadrimestre.
Ao fim daquele ano, o percentual ficou em 22%. Já em 2024, entre janeiro e
agosto, o primeiro quadrimestre ficou em 18% e o segundo, em 12%.
A CNM também destaca que existe uma nova política de
valorização do salário mínimo – estabelecida como parte do pacote de cortes de
gastos do governo federal. A norma estabelece que o aumento real do salário
mínimo ficará limitado a 2,5%.
Fonte: Brasil 61 -
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