Teto de juros do consignado do INSS subirá para 1,8% ao mês.
Medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) pagarão mais nas futuras operações de crédito consignado. Por 13
votos a 1, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta
quinta-feira (8), em Brasília, o novo limite de juros de 1,8% ao mês para essas
operações.
O novo teto é 0,14 ponto percentual maior que o limite atual,
de 1,66% ao mês, nível que vigorava desde abril. O teto dos juros para o cartão
de crédito consignado foi mantido em 2,46% ao mês.
Propostas pelo governo, as medidas entram em vigor cinco dias
após a instrução normativa ser publicada no Diário Oficial da União, o que
ocorrerá nos próximos dias. Os bancos haviam pedido a elevação imediata do
teto.
As altas recentes na Taxa Selic (juros básicos da economia)
foram a justificativa para o aumento. Em dezembro, o Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central elevou os juros básicos de 11,25% para
12,25% ao ano. Por causa dos juros maiores, os principais bancos pararam de
conceder crédito consignado, alegando inviabilidade das operações com o teto
atual.
Descompasso
Apenas o representante dos bancos votou contra a medida,
alegando descompasso entre os juros do consignado e a realidade do mercado
financeiro. As instituições financeiras pediam teto de 1,99% ao ano para
permitir a retomada parcial das concessões, excluindo aposentados por invalidez
com mais de 70 anos. Uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) de 2021
determina a viabilidade econômica da concessão de crédito consignado ao INSS.
Com o novo teto, os bancos oficiais poderão voltar a
emprestar pela modalidade. Segundo os dados mais recentes do Banco Central
(BC), referentes à terceira semana de dezembro, o Banco do Nordeste cobrava
1,73% ao mês; o Banco da Amazônia, 1,71% ao mês; a Caixa Econômica Federal,
1,7% ao mês; e o Banco do Brasil, 1,69% ao mês.
Como todas as taxas estavam acima do teto atual de 1,66% ao
mês, essas taxas na prática significam que as instituições suspenderam a oferta
desse tipo de crédito. O levantamento do BC já considerava a alta mais recente
da Taxa Selic.
Impasse
Em agosto de 2023, quando o Banco Central começou a cortar a
Selic, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, havia dito que a pasta
havia decidido acompanhar o movimento e propor reduções no teto do consignado à
medida que os juros baixarem. Durante o ciclo de baixa dos juros básicos, o
CNPS reduzia o teto do crédito consignado aos segurados do INSS.
Apesar do início do ciclo de alta da Selic, em setembro do
ano passado o aumento do teto dos juros do consignado não acompanhou a evolução
da taxa básica. O limite estava inalterado desde junho.
No fim do ano passado, instituições como Banco do Brasil,
Itaú, Santander, Pan, BMG, Mercantil e Banrisul suspenderam a oferta do
consignado do INSS nos correspondentes bancários porque o teto de 1,66% de
juros ao mês não cobria mais os custos da modalidade.
Agência Brasil
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