Esquema de fraudes no Detran-PB era chefiado por PM e gerou prejuízo de R$ 2 milhões, diz delegado.
Um policial militar está entre os alvos da operação realizada
na manhã desta quinta-feira (20), com o objetivo de investigar fraudes no
Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran-PB). Segundo o delegado Elton
Vinagre, à TV Cabo Branco, o policial é apontado como o 'chefe' do esquema.
Segundo a Polícia Civil, em 20 dias, o esquema criminoso
resultou em um prejuízo de R$ 2 milhões. O grupo se utilizava de credenciais de
acesso válidas para inserir dados falsos no sistema e assim justificar os
cancelamentos irregulares de multas.
A Corregedoria Auxiliar da Polícia Militar afirmou que o
policial ficará recolhido no 1º Batalhão, em João Pessoa, à disposição da
Justiça e garantiu que "tomará todas as providências disciplinares
administrativas cabíveis quanto ao caso, abrindo procedimento apuratório da
conduta".
Ainda segundo a Polícia Civil, o policial que é apontado como
o chefe do esquema, já havia trabalhado no Detran-PB por alguns anos. "É
um policial militar da ativa. Ele foi cedido ao Detran durante muito tempo, ele
trabalhou no Detran durante alguns anos", disse o delegado Elton Vinagre.
No momento, ele estava lotado em outro setor da Polícia Militar que não foi
divulgado.
Entenda operação
A investigação revelou um esquema sofisticado que envolvia
ex-servidores do Detran, agentes públicos, hackers e despachantes. Foram oito
presos: sete por mandado de prisão e um em flagrante por porte ilegal de arma e
munições. Também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão.
O esquema era dividido em quatro etapas: captação de
clientes, acesso ao sistema, justificativa falsa e distribuição dos lucros. A
suspeita é de que milhares de multas foram canceladas só no ano de 2024,
gerando um prejuízo na casa dos milhões de reais aos cofres do Estado.
O delegado Elton Vinagre explicou também que parte dos
'clientes' do esquema buscava retirar multas até por meios legais, mas no meio
do caminho pagavam taxas administras falsas. Assim, os fraudadores lucravam.
A operação foi batizada de "Reset" e é uma alusão
direta à intenção de "zerar" ou "restaurar" a ordem e a
legalidade no sistema de multas de trânsito da Paraíba.
Por g1 PB
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