Governo inicia compra para o Programa de Aquisição de Alimentos.
Conab receberá propostas até o dia 20 de março
O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) passa a receber, a
partir desta terça-feira (18), propostas de compra de alimentos de agricultores
e agricultoras familiares. As propostas devem ser encaminhadas até o dia 20 de
março para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) por meio do sistema
PAANet. Os recursos para compra totalizam R$ 500 milhões.
As aquisições serão feitas na modalidade Compra com Doação
Simultânea (CDS), onde os alimentos serão destinados ao abastecimento de
restaurantes populares e cozinhas solidárias, bem como outros equipamentos da
rede socioassistencial e de Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e
Nutricional.
As propostas encaminhadas ao PAA devem contar com no mínimo
50% de participação feminina. Além disso, será dada prioridade para os projetos
agroecológicos e orgânicos, assim como as propostas com participação de
indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais (PCTs) e
de assentados da reforma agrária.
Cada organização fornecedora poderá atingir o limite de R$
1,5 milhão por ano, sendo que o limite por agricultor familiar é de R$ 15 mil.
A iniciativa é do Ministério do Desenvolvimento e Assistência
Social, Família e Combate à Fome (MDS) e conta com apoio do Ministério do
Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
“De um lado a transferência de renda e do outro o complemento
alimentar, com alimento saudável da agricultura familiar”, disse o ministro do
Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington
Dias, durante o lançamento do programa deste ano, em Brasília.
Durante o evento, Teixeira lembrou que os programas de
compras de alimentos foram praticamente extintos no governo anterior, o que foi
um dos elementos que contribuíram para que o país voltasse ao mapa da fome da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
“Eles acabaram com o programa de aquisição de alimentos. O
presidente Lula assumiu com 33 milhões de brasileiros no mapa da fome, porque
não são políticas de governo, são políticas de Estado que foram desarticuladas,
e isso resultou na inclusão do Brasil no mapa da fome da FAO”, apontou.
O ministro disse que uma das estratégias do governo federal
foi recuperar os programas de compras públicas que, aliados a outras políticas
públicas, como o microcrédito, o financiamento de máquinas agrícolas e o
incremento do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), ajudaram na
retomada da política pública.
“Os programas de compras públicas têm a virtude de aumentar a
produção de alimentos, ao mesmo tempo em que estimula os agricultores a
produzir e faz com que consigamos realizar um ciclo curto de alimentação e
consumo, já que esses alimentos serão produzidos e consumidos nas mesmas
regiões onde esses agricultores estão”, afirmou. “A gente quer ampliar quem
produz alimentos no Brasil”, resumiu.
O PAA é uma das estratégias da Conab para a promoção da
segurança alimentar e nutricional, com vistas a promover a agricultura
familiar, o desenvolvimento rural com a geração de renda e emprego,
contribuindo para a redução do êxodo rural e para a geração de capital no setor
agropecuário.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, lembrou que o programa
é um importante instrumento para a erradicação da fome no país.
A última chamada do programa adquiriu e distribuiu 1.132
toneladas de alimentos. Desse total, 40% das compras foram de agricultores
familiares da Região Nordeste; 19% da Região Norte; no Sudeste foram 13%; no
Sul, 21% e 7% no Centro-Oeste.
“Estamos consolidando a volta do PAA. Estamos aqui para dizer
que o programa de aquisição de alimentos não só é uma realidade, mas um grande
instrumento para ajudar a produzir mais comida no nosso país”, disse Pretto.
Agência Brasil
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