Câmara aprova atendimento prioritário para mães e pais atípicos no SUS.
Projeto também regulamenta cordão que identifica pessoas
autistas
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (11) o
Projeto de Lei 3124/23, que prevê atendimento prioritário de mães e pais
atípicos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo o atendimento
psicossocial. O projeto também regulamenta o uso do cordão que traz o símbolo
do quebra-cabeças para pessoas com transtorno do espectro autista.
Segundo o projeto, pais atípicos são aqueles que criam filhos
com necessidades especiais, sejam físicas, cognitivas, emocionais ou
comportamentais, como transtorno do espectro autista (TEA), síndrome de Down,
transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e paralisia cerebral,
entre outras condições.
“Como esses pais enfrentam desafios únicos, que vão desde a
busca por terapias adequadas e inclusão escolar até o equilíbrio emocional
diante das demandas diárias, priorizar a atenção a eles é fundamental para
garantir suporte adequado, tanto em políticas públicas quanto em redes de
apoio, de modo a reduzir a sobrecarga e fomentar um ambiente mais inclusivo e
acolhedor”, disse a relatora do projeto, deputada Simone Marquetto (MDB-SP).
A proposta oferece diretrizes e ações para proteção e
acompanhamento psicológico e terapêutico para os responsáveis pela criação de
filhos com deficiência, síndromes, transtornos e doenças raras. O mesmo
tratamento será dado a cuidadores responsáveis pela guarda e proteção dessas
pessoas.
Depoimentos
A aprovação da matéria uniu parlamentares de diversos
partidos. Todas as bancadas orientaram pela aprovação da matéria, que ainda
deverá ser analisada pelo Senado.
O deputado Marcos Pollon (PL-MS) emocionou-se ao contar que
recebeu o diagnóstico de autismo no ano passado.
Usando o cordão que identifica pessoas com transtorno do
espectro autista, o parlamentar falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas
mães atípicas.
“Uma das maiores preocupações de uma mãe atípica é o que vai
ser do filho quando não estiver mais com ela, porque a mãe toma esse cuidado de
proteger. As mães têm um sofrimento incomensurável para poder cuidar em um país
com muito poucos acesso a recursos dessa realidade”, disse o deputado.
O deputado Vicentinho (PT-SP) falou sobre as dificuldades de
sua filha, Luana, que é mãe de uma criança autista de 5 anos.
"Eu sou um avô atípico e acompanho diariamente o que
acontece com nosso Bentinho amado e o que acontece com a Luana e com toda a
família. Eu sei que é uma guerra cotidiana e como a mãe sofre", disse
Marcos, lembrando que esta é uma luta de muitas mães no país.
*Com informações da Agência Câmara de Notícias
Agência Brasil
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