Central de Transplantes registra segunda doação de coração e Metropolitano realiza primeiro transplante de 2025.
Em um intervalo de menos de uma semana, a Central de
Transplantes da Paraíba registrou a segunda doação de coração do ano, ocorrida
na madrugada desta terça-feira (11) no Hospital de Emergência Trauma Senador
Humberto Lucena, em João Pessoa. O fígado e as córneas também foram doados,
tirando, em um único gesto, mais quatro pessoas da lista de espera por um
transplante.
Hugo de Araújo Costa, de 47 anos, da cidade de João Pessoa,
foi quem deixou a fila única de transplante, com cirurgia realizada no Hospital
Metropolitano Dom José Maria Pires, referência em cardiologia e credenciado
desde 2020 para a realização de transplante cardíaco. Já o fígado foi destinado
a um paraibano de 67 anos. As córneas seguiram para o Banco de Olhos, onde são
armazenadas, selecionadas e, posteriormente, encaminhadas para o transplante.
O paciente doador foi um jovem de 17 anos, que morreu vítima
de um trauma cranioencefálico (TCE) grave. Ele estava internado na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Trauma. Após o diagnóstico da morte
encefálica, a família autorizou a doação. O pai, Joel de Souza, disse que o
filho era muito generoso, e isso motivou a permissão. “Meu filho tinha um
coração muito bom, gostava de brincar, se divertir, não tinha tempo ruim com
ninguém, e gostava muito de ajudar quem precisava. Tenho certeza que vai ter
uma parte do meu filho viva nessas pessoas que vão receber os órgãos dele,”
declarou.
A diretora da Central Estadual de Transplantes, Rafaela Dias,
explica que, na Paraíba, uma doação pode transformar a vida de até seis
pessoas, podendo ser feito transplantes de coração, fígado, rins e córneas, mas
a doação só acontece quando existe a autorização familiar.
“Atualmente a doação de órgãos precisa ter o consentimento
dos familiares para ser, de fato, concretizada. Por isso, é tão importante
expressar em vida a vontade de ser doador, para que a família, no momento da
perda de um ente querido, não tenha dúvidas quanto a decisão. Aqui na Paraíba,
um doador pode transformar a vida de até seis pessoas através da doação de
coração, fígado, rins e córneas,” esclarece.
Segundo a médica cardiologista clínica e coordenadora do
ambulatório para transplante do Hospital Metropolitano, Tauanny Frazão, o
beneficiado com o novo coração é acompanhado desde o mês de março de 2024, após
ser diagnosticado com uma miocardiopatia isquêmica. Ela relatou que o paciente
já teve um infarto muito grave, deixando grandes sequelas de insuficiência
cardíaca, ocasionando um quadro de cansaço aos mínimos esforços, além de ter
desenvolvido uma arritmia, necessitando do transplante cardíaco.
Horas antes da cirurgia, Hugo destacou a ansiedade e gratidão
a Deus e toda a equipe médica e multiprofissional, com relação ao momento
vivido. “É normal, eu estou ansioso, mas também estou muito confiante em Deus
que vai dar tudo certo e vou contar a minha história para todos. A equipe do
hospital durante todo esse tempo que sou acompanhado tem me passado essa
confiança e sou muito grato por conseguir fazer esse transplante agora”,
relatou Hugo.
O paciente contou que depois do infarto que teve ficou
sentindo muitas dores no peito, cansaço e indisposição e sua expectativa é de
que depois do transplante, com o novo coração, possa ter mais qualidade de vida
e saúde.
A coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de
Órgãos e Tecidos para Transplante do Metropolitano, Patrícia Monteiro,
enfatizou que o Metropolitano tem um compromisso em promover ações de incentivo
à doação de órgãos e a parceria com a Central de Transplantes tem feito com que
o número de doação tenha aumentado consideravelmente.
“As campanhas de incentivo à doação de órgãos são de grande
valia, mas neste momento, a nossa gratidão é sempre a família do doador, que
mesmo nessa situação difícil se prestou à solidariedade de ajudar outras
pessoas a prolongar a vida”, afirmou Patrícia.
De acordo com o cirurgião cardiovascular Antônio Pedrosa, o
transplante foi realizado com sucesso, em um procedimento que durou cerca de 3
horas e 45 minutos. “A cirurgia transcorreu muito bem, o paciente já foi
encaminhado para a UTI, para a recuperação, e mais uma vez o Hospital
Metropolitano presta este serviço importantíssimo para a população paraibana. O
transplante foi um sucesso e estamos muito felizes em fazer parte dessa
história”, disse.
Secom PB
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