Por unanimidade, STF homologa liberação das emendas parlamentares.
Decisão do ministro Flávio
Dino foi referendada pelo plenário da Corte
O Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu, nesta segunda-feira (3), por unanimidade, homologar o plano de
trabalho para aumentar a transparência e a rastreabilidade das emendas
parlamentares ao Orçamento da União. A medida foi elaborada em conjunto pelos poderes
Legislativo e Executivo.
A decisão do ministro Flávio
Dino foi referendada pelo plenário da Corte, em sessão virtual de julgamento,
que começou na sexta-feira (28) e, mesmo com a votação de todos os ministros,
segue aberta até quarta-feira (5).
O compromisso dos
parlamentares foi enviado na terça-feira (25) ao ministro, que é relator dos
processos que tratam das medidas de transparência determinadas pelo STF para o
pagamento das emendas. Ao homologar o plano, Dino liberou o pagamento das
emendas deste ano e dos anos anteriores suspensas por decisões da Corte.
Pelo plano de trabalho da
Câmara e do Senado, a partir do exercício financeiro deste ano, não será mais
possível empenhar emendas sem a identificação do deputado ou senador que fez a
indicação e da entidade que vai receber os recursos.
Conforme a decisão de Dino,
não entram na liberação:
emendas específicas para
organizações não governamentais (ONGs) e entidades do terceiro setor que foram
alvo de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU);
recursos para a saúde que
não estão regularizados em contas bancárias específicas e emendas de bancada;
emendas de bancada e de
comissão que não foram convalidadas em atas das respectivas comissões e que
estejam sem identificação do parlamentar.
Entenda
O impasse sobre a liberação
das emendas começou em dezembro de 2022, quando o STF entendeu que as emendas
chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso
Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos
por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
No entanto, o PSOL, partido
que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em
descumprimento. Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original
do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.
Em agosto do ano passado,
Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir
critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a CGU auditasse
os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.
No mês passado, Flávio Dino
suspendeu emendas parlamentares para ONG devido à falta de transparência. Em
dezembro, por exemplo, ele havia bloqueado as transferências de R$ 4,2 bilhões
em emendas de comissão.
O total previsto para
emendas parlamentares no Orçamento de 2025, que ainda não foi aprovado, chega a
R$ 52 bilhões, uma alta em relação a 2024, quando a cifra foi de R$ 49,2
bilhões. Há 10 anos, em 2014, esse valor era de R$ 6,1 bilhões.
Agência Brasil
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