Em Cuité: Denúncias de assédio e abuso sexual de professor contra adolescentes são investigadas pela polícia na Paraíba
Vítimas e testemunhas ainda serão ouvidas pelo delegado. Já o
suspeito, se apresentou e foi ouvido pela polícia.
Duas denúncias de assédio e abuso sexual que teria sido
cometido por um professor de educação física contra duas alunas, adolescentes
de 12 a 14 anos, estão sendo investigadas pela Polícia Civil da Paraíba. Os
casos teriam acontecido no município de Cuité, no Curimataú do estado.
A situação ganhou repercussão nas redes sociais, após
diversos perfis compartilharem imagens das mensagens trocadas entre o professor
e as alunas. Confira a reprodução das conversas no início e mais abaixo nesta
reportagem. O g1 cobriu com uma tarja cinza todas os trechos que identificam
pessoas e com linguagem inadequada.
Em um dos diálogos, o suspeito convida a adolescente para
"dar uns beijinhos". Em outro, ele sugere como ela deve salvar o
contato dele, usando descrições sexuais.
De acordo com o delegado Yasley Almeida, um inquérito
policial foi aberto. Ele disse que as supostas vítimas e testemunhas devem ser
ouvidas para identificar quando e como o crime teria acontecido.
A defesa do professor informou que ele se apresentou à
polícia. Porém, por enquanto, o delegado preferiu não passar informações sobre
o assunto, com a justificativa de preservar o processo de investigação.
Para esclarecer o que se sabe sobre esse caso, esta
reportagem mostra o que dizem algumas das partes envolvidas nas denúncias. O g1
ouviu o delegado responsável pela apuração, a mãe de uma das supostas vítimas e
a defesa do suspeito de cometer os crimes de assédio e abuso sexual.
O que diz a mãe de uma das alunas
A mãe de uma das alunas de handebol deu entrevista, mas não
quis se identificar. Ela disse que a filha tem 13 anos atualmente, mas tinha 12
quando teria sido vítima do professor.
A mulher, que denunciou o caso à polícia, contou que a filha
soube das aulas do esporte por meio de colegas, da mesma faixa etária que ela,
e pediu permissão para participar das aulas.
Ela explicou que soube sobre a situação no mês de fevereiro
deste ano quando teve acesso às mensagens – de cunho sexual - que a filha
trocava com o professor.
Ainda segundo a mãe, a filha não possui celular e usa redes
sociais pelo aparelho da avó materna ou de colegas da escola.
Por isso, as mensagens foram descobertas por um tio
(policial) da garota, após ela deixar uma conta de rede social aberta no
celular da avó.
Quando viu o conteúdo da conversa, contou para a mãe da
menina e sugeriu que ela fizesse a denúncia. Foi então que a mulher foi até a
Polícia Civil fazer um boletim de ocorrência sobre o caso.
Quando teve as conversas descobertas, a adolescente contou
para a família o que tinha acontecido. Disse também que não falou sobre o
assunto antes por medo da redação dos parentes e porque o professor é uma
pessoa conhecida na cidade.
Por outro lado, antes disso, no ano passado (mas sem a
descrição do mês), a mulher alega que em uma confraternização o suspeito tentou
estuprar a adolescente, que colocou a mão dela na região íntima dele e que a
beijou. Mas ela gritou, ele ficou assustado e a levou para casa. A partir
disso, ela deixou de frequentar as aulas oferecidas por ele.
O que diz a defesa do professor
O advogado Helder Simões, que trabalha na defesa do
professor, afirma que ele se declara inocente, que se apresentou à polícia e
colabora com as investigações.
Por enquanto, o advogado também disse que não teve acesso à
documentação da investigação, mas que já pediu acesso ao conteúdo.
Ainda conforme a defesa, o professor tem aproximadamente 250
alunos entre meninos e meninas, que praticam handebol e natação. Por enquanto,
20 deles já teriam abandonado as aulas, que são particulares, após as
denúncias.
Por g1 PB
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