Escolas terão campanha de vacinação entre 14 e 25 de abril.
As escolas públicas de 5.544 municípios de todas as regiões
do país terão campanha de vacinação entre os dias 14 e 25 de abril. A ação visa
atualizar a caderneta de vacinação dos estudantes, com foco em crianças e
jovens de até 15 anos, e integra o Programa Saúde na Escola, dos ministérios da
Saúde e da Educação.
A mobilização foi lançada nesta quinta-feira (10), na sede do
Ministério da Saúde, em Brasília. De acordo com a pasta, os objetivos da
campanha são:
👉ampliar a cobertura vacinal;
👉reduzir doenças que podem ser evitadas por meio da vacinação
(imunopreveníveis);
👉combater a desinformação e informações incorretas que possam
levar à recusa vacinal;
👉conscientizar sobre a importância da imunização.
A meta do governo federal é vacinar 90% dos estudantes –
crianças e adolescentes menores de 15 anos – destas escolas.
As doses serão aplicadas conforme a faixa etária de
indicação. Serão aplicados os seguintes imunizantes:
👉febre amarela;
👉tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
👉DTp (tríplice bacteriana);
👉meningocócica ACWY;
👉HPV [Papilomavírus Humano].
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (ao centro na foto),
destacou as vantagens da mobilização nacional no ambiente escolar.
"É uma grande ação de mobilização que aproxima as
equipes de saúde da família e de atenção primária em saúde do espaço da escola.
Também facilita a vida para os pais, porque, muitas vezes, o pai e a mãe estão
na hora de trabalho e não conseguem ir à unidade básica de saúde. Então,
facilita para que a sua criança seja atendida na própria unidade básica de
saúde, tenha orientação de saúde bucal, orientação de saúde mental e também a
vacinação na própria escola", disse Padilha.
Aplicação das doses
A aplicação das vacinas do Programa Saúde na Escola será
realizada exclusivamente por equipes do Sistema Único de Saúde (SUS). A
participação dos alunos está condicionada à autorização dos pais ou
responsáveis.
As imunizações poderão ocorrer dentro das próprias unidades
de ensino e também nas unidades básicas de saúde, se os estudantes forem
levados pela comunidade escolar até lá, mediante autorização prévia.
A secretária de Atenção Primária à Saúde do Ministério da
Saúde, Ana Luiza Caldas, informou que a intensificação da ação nas instituições
de ensino nas próximas duas semanas oferece mais uma alternativa aos pais dos
alunos que precisam imunizar seus filhos. "Isso não restringe o acesso dos
nossos estudantes dos pais, responsáveis, gestores de continuarem a vacinação
nas unidades básicas de saúde nos estabelecimentos que se encontram no
território."
O ministro Alexandre Padilha explicou que as escolas devem
avisar os pais e a comunidade escolar com cinco dias de antecedência sobre a
visita da equipe de saúde para realização de atendimentos de saúde, como
vacinação e ações de saúde bucal.
"Nossa recomendação é que as escolas avisem quando vai
ter aquela ação, exatamente para os pais poderem assinar [o termo de]
consentimento, para os pais mandarem a caderneta de vacinação para que exista
essa atualização", destacou Padilha.
Se as equipes de saúde identificarem na escola uma criança
que precisa ser vacinada e, por exemplo, não tem o termo de consentimento dos
responsáveis ou a caderneta de vacinação não foi enviada, os profissionais
terão alternativas. "Se acontecer de os pais esquecerem de mandar a
caderneta de vacinação, a família pode ficar tranquila porque pode ser atendida
na unidade básica de saúde ou essa equipe [de saúde] vai até a casa dessa
família para explicar a necessidade de vacinar essa criança", disse o
ministro.
Para custear a vacinação nas escolas públicas, o Ministério
da Saúde destinou R$ 150 milhões, sendo R$ 15,9 milhões enviados para os
estados e R$ 134 milhões destinados aos municípios. Os repasses serão feitos de
acordo com o número de escolas de cada região, as dificuldades logísticas para
entrega das doses e necessidades específicas.
Registro na caderneta
Uma novidade anunciada pelo Ministério da Saúde é que, a
partir deste ano, as doses aplicadas nas escolas ou por encaminhamento escolar
devem ser registradas na caderneta de vacinação com a opção “Vacinação
Escolar”. O registro padronizado permitirá monitoramento mais preciso do
impacto da iniciativa. "A vacinação nas escolas passa a ser reconhecida
como estratégia específica de imunização", disse em nota o Ministério da
Saúde.
Saúde na Escola
A vacinação dentro das escolas é uma das ações do Programa
Saúde na Escola, criado em 2007 para promover saúde e educação integral e que
desenvolve também iniciativas de saúde mental, saúde bucal, educação ambiental,
sobre tudo contra arboviroses (doenças virais transmitidas por insetos, com a
dengue), entre outras.
O programa federal conta com a participação de 5.544
municípios, envolvendo 27,8 milhões de alunos de 109,8 mil escolas, que
representam 80% das instituições da rede pública de ensino.
A secretária Ana Luiza Caldas apontou que a adesão dos
municípios ao Saúde na Escola é histórica e que o governo federal irá atrás de
municípios ainda não atendidos e interessados em participar do programa.
De acordo com a pasta, a partir da adesão ao programa, 4,3
milhões de estudantes passaram a ter acesso às ações de promoção da saúde e
prevenção promovidas pela iniciativa desde 2022.
Ana Luiza Caldas esclareceu que o Ministério da Saúde
priorizou a escolha de escolas localizadas em comunidades de povos tradicionais
e, principalmente, aquelas que têm pelo menos 50% dos seus estudantes com algum
tipo de benefício de transferência de renda. "A gente atrela [o programa]
a essas ações intersetoriais e já tem alcançado, cada vez mais, saúde,
educação. Gerando cidadania nesses territórios", ressaltou a secretária.
Das 109,8 mil escolas participantes do Programa Saúde na
Escola, 53,6 mil têm maioria de alunos atendidos pelo Bolsa Família. Outras
2.220 escolas estão em territórios quilombolas e 1.782, em comunidades
indígenas.
Entre 2022 e 2024, os maiores crescimentos de atendimentos
dos alunos foram registrados nas áreas de saúde mental (77,68%), atividade
física (73,61%), saúde bucal (67,01%) e verificação da situação vacinal
(35,30%).
Agência Brasil
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