AGU pede bloqueio de bens de mais 14 investigados por fraude no INSS.
Suspeitos teriam repassado R$ 23,8 milhões a agentes públicos
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal
nesta sexta-feira (9) o bloqueio de bens de mais seis empresas e oito pessoas
investigadas por descontos irregulares em benefícios de aposentados e
pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O órgão entrou com
pedido de mudança na ação cautelar ajuizada na quinta-feira (8) contra as
associações investigadas.
A medida atende a pedido da Controladoria-Geral da União
(CGU), que identificou a necessidade de incluir novas pessoas jurídicas e
físicas no pedido de indisponibilidade de bens e ativos financeiros. Com base
na Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, a AGU também solicitou
o bloqueio das atividades financeiras e a suspensão dos sigilos bancários e
fiscal dos investigados.
As empresas e seus sócios que figuram no novo pedido são
acusados de serem intermediárias de pagamentos de vantagens indevidas a agentes
públicos vinculados ao INSS e a outras pessoas físicas a elas relacionadas. Até
o momento, informou a AGU, o repasse de valores indevidos a esses agentes
públicos está estimado em R$ 23,8 milhões.
“As investigações em curso revelam fortes indícios de que as
empresas mencionadas participaram diretamente da intermediação de valores
milionários”, informou a AGU na petição de aditamento. “Essa engenharia
financeira sustentava o esquema criminoso, que consistia em repassar os valores
indevidamente descontados pelas associações e pagar vantagens ilícitas a
agentes públicos que permitiam ou facilitavam esses descontos.”
Em relação ao bloqueio de bens dos sócios das empresas
citadas, a AGU baseia-se no argumento de que “as pessoas jurídicas foram
utilizadas como instrumento para práticas ilícitas de natureza penal,
administrativa e civil, servindo como meio para captação de vantagens
provenientes de recursos indevidamente extraídos dos benefícios de aposentados
e pensionistas”.
No caso dos agentes públicos investigados na Operação Sem
Desconto, a AGU instaurou procedimento preparatório para ajuizar ação por
improbidade administrativa.
Na petição original da ação cautelar proposta na
quinta-feira, a AGU requereu, além dos R$ 23,8 milhões, o bloqueio de R$ 2,56
bilhões em bens móveis e imóveis e a quebra de sigilos bancário e fiscal de 12
entidades associativas e seus dirigentes.
Agência Brasil
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