Governo fará busca ativa para alcançar vítimas de fraude no INSS
Veja como será atendimento remoto a quem tem dificuldade de
locomoção
O governo federal fará uma busca ativa para localizar e
atender aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) que tiveram desconto irregular de mensalidade associativa na folha de
pagamento.
A ideia é viabilizar, além dos canais tradicionais,
atendimento mais próximo de domicílios localizados em áreas remotas, fazendo
com que os serviços de acesso ao sistema previdenciário cheguem, inclusive, às
pessoas com mobilidade reduzida.
Em entrevista nesta quinta-feira (29) ao programa Bom Dia,
Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro da
Previdência Social, Wolney Queiroz, detalhou as etapas a serem adotadas, no
sentido de identificar pessoas que se encontram nessas situações e,
posteriormente, atendê-las remotamente.
“Vamos fazer uma busca ativa. Essa medida já está sendo
preparada, e será feita em um passo seguinte [aos primeiros contatos para
identificar as vítimas dos descontos irregulares]”, disse Queiroz.
De acordo com o ministro, o primeiro contato será feito pelo
governo por meio dos canais oficiais. Segundo Queiroz, o não retorno dos
aposentados e pensionistas indicará
situações em que a busca ativa será necessária. De um modo geral, são pessoas
que desconhecem ou não têm habilidade com os canais de contato.
“Há também aqueles que [por algum motivo] não podem se
deslocar”, acrescentou o ministro. “Ao final dos primeiros dias ou semanas,
veremos quem não deu retorno para, então, começarmos a busca ativa”,
acrescentou.
Entre as situações em que se espera mais dificuldade de
retorno dos aposentados e pensionistas, está o das pessoas que vivem em
comunidades ribeirinhas sem energia elétrica, acesso a telefone celular,
computador ou internet.
Para atender essas pessoas, o INSS usará, inclusive, unidades
flutuantes do programa PrevBarco, para prestar o serviço previdenciário em
comunidades ribeirinhas, indígenas
quilombolas, bem como em outras áreas remotas.
“Esses barcos da Previdência Social vão fazer a busca ativa,
vão na casa do cidadão”, disse o ministro ao citar, também, o PrevMóvel,
serviço reinaugurado pelo INSS, que faz atendimento itinerante em regiões onde
não há agências fixas ou acordo de cooperação técnica com alguma entidade ou
ente público.
Canais confiáveis
Queiroz, no entanto, alerta sobre o risco de golpistas se
passarem por representantes da Previdência Social. “Por isso, temos de fazer
tudo com cuidado, porque, se citarmos qualquer coisa que o INSS vai fazer,
rapidamente chega um fraudador dizendo que é do INSS. Por isso, é muito
importante que as pessoas fiquem atentas aos canais oficiais”, complementou.
O Meu INSS é um canal oficial, assim como o site do INSS e as
centrais de atendimento do Ministério da Previdência Social. Já o Disque 135 é
o call center (central de atendimento) oficial. "Estas são redes
confiáveis”, disse o ministro. "E agora, também, as agências dos Correios,
com funcionários treinados para recebê-los", completou.
"O INSS não vai telefonar nem enviar e-mail ou WhatsApp.
Cuidado para não caírem em outro golpe ao tentarem ser ressarcidos de um golpe
anterior”, alertou o ministro ao garantir que o governo não deixará ninguém
para trás.
"Vamos fazer essa busca ativa para não deixar ninguém
que foi lesado sem ser ressarcido”, complementou.
Descontos associativos
Queiroz lembrou que as entidades responsáveis pelos descontos
associativos foram “associações feitas para fraudar” que, em geral, não têm
sede, patrimônio, nem lastro financeiro. Além disso, seu patrimônio e seus
recursos costumam estar escondidos, o que dificulta a retomada do dinheiro para
ressarcir as vítimas.
“Detectamos que essas fraudes começaram em 2019. A partir de
2019 começaram, ali, as primeiras críticas e as primeiras denúncias. A imprensa
recentemente divulgou a descoberta de um servidor aqui do Distrito Federal, que
foi lá na Polícia Federal, denunciou que estavam ocorrendo descontos indevidos.
O governo passado, no entanto, não apurou”, disse o ministro.
De acordo com o ministro, a PF da época chegou a instaurar
inquérito, que acabou sendo arquivado. “Nada foi feito ou apurado pelo governo
passado, e os descontos continuaram. Foi naquele período que essas entidades,
que entraram e foram credenciadas para fraudar, se estabeleceram no INSS. Foi a
partir dali que elas começaram a agir”, acrescentou.
Desafios
Segundo Queiroz, os principais desafios do INSS neste momento
são o combate às fraudes e a diminuição das filas. “Temos que cuidar da fila,
com prioridade. O desafio é enorme, [até para] restabelecer confiança e
credibilidade do sistema previdenciário brasileiro”, disse.
O ministro explicou que o tempo médio para os atendimentos
agendados está em 45 dias. “Antes, estava em 39 dias, mas subiu por conta as
últimas fraudes. Nossa meta é zerar a fila “, completou.
Agência Brasil
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