Projetos de energia renovável no Nordeste impulsionam desenvolvimento com apoio do FDNE.
O compromisso do Ministério
da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) em mobilizar
investimentos para infraestrutura energética sustentável contribui para que o
país reduza a emissão de gases de efeito estufa e contenha
os impactos das mudanças climáticas. Em regiões historicamente vulneráveis, as
fontes de energia renovável também desempenham um
papel importante no crescimento econômico e social.
Nesse contexto, dois empreendimentos
financiados pelo Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) demonstram como
as contrapartidas sociais exigidas pelo Governo Federal têm
garantido que os benefícios da transição energética cheguem diretamente
às comunidades. São eles: a Central Geradora Eólica Seridó, nos
estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, e
o Complexo Solar Monte Verde, no Rio Grande do Norte.
Juntos, os projetos receberam mais de R$ 580 milhões em
aportes públicos.
Além da
geração de energia limpa, a Coordenadora da
Coordenação do FDNE na Sudene, Anita de Cássia,
ressalta que o impacto desses empreendimentos também possibilita a
autonomia de municípios pequenos e mais afastados das áreas
metropolitanas. “Ajudam a descentralizar a produção de energia.
Em vez de depender só das grandes usinas, conseguimos distribuir
melhor essa geração, o que dá mais segurança para o sistema e favorece o
crescimento de arranjos produtivos locais”, explica.
O secretário
nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR,
Eduardo Tavares, revela que o FDNE terá, em breve, mais
fontes de recursos para investir
em projetos com grande potencial para promoção da
cidadania. “No Nordeste, o FDNE é o principal
fundo operado pelo Banco do Nordeste, com R$ 47
bilhões previstos para este ano. Dentro da programação, a gente tem R$ 9,5
bilhões para infraestrutura. No âmbito da secretaria, estamos
trabalhando em uma estratégia para captar U$ 300 milhões do Banco
Mundial para os Fundos de Desenvolvimento, com prioridade de investimento,
inclusive, para projetos de saneamento no Nordeste”,
afirmou Tavares.
Central
Eólica do Seridó
Localizadas nos
municípios de Parelhas (RN) e Santa Luzia (PB), as unidades III e VI
da Central Geradora Eólica Seridó receberam apoio de R$ milhões do FDNE. Com dez novos
aerogeradores em operação desde janeiro de 2024, as
unidades somam 45 MW de potência instalada.
Durante a
fase de construção, a obra gerou 1.360 empregos diretos e indiretos.
Agora, na etapa operacional, o sistema exige apenas três técnicos em campo, o
que ressalta a importância das ações sociais implementadas como
contrapartida. Os projetos movimentam a economia regional por
meio do aumento da demanda por serviços locais, como
transporte, alimentação e materiais de construção. “Pequenos e médios
negócios da região passam a fornecer para os canteiros de obras e
para os profissionais que chegam com os projetos. Depois
disso, e de forma mais duradoura, há impacto sobre a infraestrutura
local”, completa a coordenadora.
A Central Geradora Eólica
Seridó promoveu uma série de iniciativas, entre elas:
>Capacitação
profissional de 70 trabalhadores da construção civil em
parceria com o SENAI-RN, com foco na inclusão feminina;
>Apoio ao
turismo de base comunitária no Geoparque Seridó
(UNESCO), com capacitação de 40 guias;
>Instalação de sistema
fotovoltaico no hospital municipal de Parelhas;
>Campanha
RN+Limpo, de educação ambiental e coleta de resíduos
eletrônicos, envolvendo 12 mil estudantes em 12 municípios;
>Obras de infraestrutura
viária, com recapeamento das rodovias RN-086 e RN-085;
>Instalação de parquinho
infantil em escola de educação infantil;
>Apoio à
rede de catadores Recicla Seridó, com capacitação e
entrega de equipamentos;
>Compensação
ambiental com o plantio de 125 mil mudas nativas em 50
hectares.
Complexo Solar Monte Verde
Com investimento de R$
411 milhões do FDNE, o Complexo Solar Monte Verde está em
funcionamento nos municípios de Lajes, Jandaíra e Pedro
Avelino (RN) desde abril de 2024. Com suas
quatro usinas fotovoltaicas (Monte Verde II, III, IV e V), o complexo
atinge 212 MW de capacidade instalada. A
fase de implantação gerou 200 empregos diretos e 100 indiretos; para
a operação do complexo, foram ocupados 13 empregos diretos e 5
indiretos.
A empresa EDP Renováveis,
responsável pelo projeto, também executa programas voltados
ao desenvolvimento socioeconômico, como o EDP Renováveis Rural, que
incentiva a agricultura familiar no semiárido, com práticas
sustentáveis como uso racional da água, produção sem agrotóxicos e
capacitações em marketing e comercialização; e o EDP nas Escolas, que
promove cidadania e saúde em escolas públicas, em
parceria com secretarias de ensino.
“As contrapartidas ajudam a
fazer com que os empreendimentos de grande porte sejam
instrumentos de transformação local. São um mecanismo essencial para
garantir que o desenvolvimento venha acompanhado da inclusão social e
geração de oportunidades, além de melhoria da
qualidade de vida”, conclui Anita.
Fonte: Brasil 61 -
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