MPPB elabora Guia de Atuação para coibir gastos desproporcionais com festas públicas.
Medida quer evitar que Prefeituras que não asseguram
políticas públicas essenciais ou que estejam em situação de calamidade e
emergência gastem excessivamente com eventos
O Ministério Público da Paraíba encaminhou aos promotores de
Justiça que atuam na defesa do patrimônio público um guia de atuação funcional
sobre os gastos desproporcionais em festas públicas. O documento foi elaborado
pelo Centro de Apoio Operacional (CAO) em matéria do patrimônio público e tem
como objetivo orientar os membros do MPPB em relação à análise e apuração de
irregularidades em despesas com festas e eventos públicos, inclusive no período
junino.
De acordo com o coordenador do CAO Patrimônio Público, o
promotor de Justiça Carlos Davi Lopes Correia Lima, o objetivo dessa atuação é
evitar despesas excessivas por parte das Prefeituras Municipais que não
assegurem o mínimo existencial em termos de políticas públicas ou que se
encontrem em situação de desequilíbrio financeiro, emergência ou calamidade
pública.
Para isso, foram definidos indicadores específicos que podem
servir como parâmetro de avaliação pelos promotores e promotoras de Justiça,
como os índices de desenvolvimento humano, de desenvolvimento da educação
básica e de Progresso Social (IDH, Ideb e IPS, respectivamente) dos municípios;
a cobertura de saneamento básico; a oferta de vagas em creches e escolas,
condições do transporte escolar e qualidade da merenda e a aplicação do mínimo
constitucional em educação (25%) e saúde (15%), por exemplo.
Carlos Davi explicou também que um dos motivos que levou o
CAO a elaborar o Guia de Atuação foi o Relatório de Acompanhamento da Gestão
Municipal 2023, feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), no qual foram
identificadas diversas irregularidades nos gastos com festas públicas por parte
de municípios paraibanos, incluindo a realização de festas em locais com
vigência de decreto de calamidade pública e que não cumpriam os percentuais
mínimos constitucionais em saúde e educação. (Saiba mais)
Segundo o coordenador do CAO, além do guia, também foram
enviados modelos de recomendação e de ação civil pública aos promotores de
Justiça, com o intuito de auxiliá-los em relação aos casos em que for
verificada desproporção do valor da festa ou outra irregularidade que afronte
os princípios constitucionais da administração pública.
Observatório
O promotor de Justiça explicou ainda que o TCE-PB
disponibilizou no site uma ferramenta de busca que possibilita examinar o total
de gastos com as festividades por município, chamada “Observatório
Festividades”. Nela, o cidadão pode consultar a evolução dos gastos nos anos
anteriores e a distribuição da despesa com festividades per capita (valor gasto
dividido pela população).
Ascom
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