PF fiscalizará atividades de CACs a partir do dia 1º de julho.
Responsabilidade deixará Exército e será assumida por civis
A Polícia Federal (PF), vinculada ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública (MJSP), assumirá, a partir de 1º de julho, a responsabilidade
pelo registro das licenças, controle e fiscalização das atividades de
colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). Atualmente, os CACs
estão sob responsabilidade do Comando do Exército.
Entre as atribuições que passarão à Polícia Federal estão:
>Registro de pessoas físicas e jurídicas para o exercício
das atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça excepcional;
>autorização para compra e transferência de armas;
>fiscalização das atividades exercidas por Cacs;
>concessão de guias de tráfego;
fiscalização e controle do comércio varejista de armas para
pessoa física.
Até o mês passado, 600 servidores da PF já foram qualificados
para assumir as atividades que ainda são coordenadas no âmbito militar.
Ao todo, serão criadas 123 delegacias de controle de armas
nas capitais das 27 unidades da federação e em 96 Núcleos de Controle de Armas
em delegacias federais no interior do país.
Democratização de dados
A Polícia Federal (PF) anunciou, nesta segunda-feira (23),
que está desenvolvendo um painel de Business Intelligence (BI) para trazer mais
transparência aos dados estatísticos de processos relacionados a
Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs).
O objetivo é centralizar informações sobre as atividades
relativas aos CACs. A nova ferramenta deverá apresentar de forma clara e
acessível dados sobre registros, tipos de armas mais comuns, quantidade de
armas, número de vistorias realizadas, autuações e apreensões, entre outros.
Relembre
A substituição do Exército Brasileiro pela Polícia Federal já
havia sido determinada no Decreto nº 11.615, assinado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em julho de 2023.
O decreto regulamentou o Estatuto do Desarmamento e
estabeleceu que as atribuições de autorização, registro e fiscalização de armas
de CACs deveriam passar do Exército para a Polícia Federal.
A legislação também estabeleceu as regras para aquisição,
registro, posse, porte, cadastro e à comercialização nacional de armas de fogo,
munições e acessórios.
A lei ainda detalha as normas para as atividades de caça, de
tiro desportivo e de colecionamento de armas de fogo, munições e acessórios.
Por fim, trata do funcionamento das entidades de tiro desportivo e da
estruturação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm).
A transição progressiva de competências dos registros de CACs
do Comando do Exército para a Polícia Federal foi estabelecida em Acordo de
Cooperação Técnica (ACT), publicado em 19 de setembro de 2023. À época, o
documento foi assinado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública
(MJSP), Flávio Dino, e pelo ministro da Defesa, José Múcio.
O primeiro termo aditivo a esse acordo, publicado no Diário
Oficial da União em 27 de dezembro, e assinado pelos ministros da Justiça,
Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio Monteiro, definiu a data de 1º de
julho de 2025 para o início da fiscalização pela Polícia Federal.
Em maio, o Ministério da Justiça destinou R$ 20 milhões para
a Polícia Federal assumir a fiscalização de colecionadores, atiradores
esportivos e caçadores (CACs).
Agência Brasil
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