Agevisa recomenda retirada do mercado de produtos capilares que causam riscos à saúde dos usuários.
A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) divulgou
recomendação aos seus inspetores sanitários e às Vigilâncias Sanitárias dos
municípios paraibanos para que apreendam todos os produtos irregulares para
cabelos que estejam sendo comercializados no Estado. A iniciativa, segundo o
diretor-geral da Agevisa/PB, Geraldo Moreira de Menezes, vem reforçar a
proibição, na Paraíba, da comercialização de várias pomadas para trançar,
alisar e modelar cabelos, que podem causar graves problemas à saúde dos usuários.
Geraldo Moreira lembrou que o problema é muito sério e vem
mobilizando a Vigilância Sanitária há alguns anos, em face da ocorrência, em
vários Estados do País, de efeitos indesejados como cegueira temporária (perda
temporária da visão), forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso,
coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.
Alisantes capilares – Dentre os produtos proibidos estão os
alisantes capilares que, conforme Alerta publicado na segunda-feira (7) pela
Anvisa, contêm substâncias proibidas, como o formol (ou formaldeído) e o ácido
glioxílico. Tais produtos, segundo o Informe de Segurança nº 03/2025
(disponível em https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/informes-de-seguranca/informe-de-seguranca-ggmon-no-03-2025-cosmetovigilancia)
, podem causar desde irritações na pele até problemas respiratórios e danos
irreversíveis à estrutura capilar.
O documento destaca que, atualmente, o formol é permitido em
produtos cosméticos, no Brasil, apenas como conservante (em concentrações de
até 0,2%) e como endurecedor de unhas (até 5%), e que o seu uso como agente
alisante é proibido e representa sérios riscos à saúde. O Alerta também
enfatiza que “o ácido glioxílico, também proibido para essa finalidade, pode
causar severos danos quando aquecido, sendo especialmente perigoso quando
combinado com outros procedimentos, como a descoloração dos fios”.
Destacando relatos de riscos à saúde e aos cabelos
relacionados ao uso de alisantes capilares, especialmente aqueles contendo
substâncias proibidas, como formol (ou formaldeído) e ácido glioxílico, a
Anvisa ressaltou que esses produtos podem causar irritações, problemas
respiratórios e danos graves aos fios, como quebra, ressecamento e
desalinhamento da fibra capilar (frizz).
Uso seguro – Para orientar os consumidores e profissionais de
salões de beleza sobre o uso seguro de alisantes, o Informe de Segurança nº
03/2025/Anvisa traz as seguintes orientações:
Para os Consumidores
Escolher produtos regularizados, verificando se o alisante
tem registro na Anvisa e evitando produtos sem rótulo, vendidos em marketplaces
não confiáveis ou com promessas exageradas como, por exemplo, “progressiva sem
química”.
Ter cuidado com substâncias proibidas, lembrando que o formol
é proibido como alisante e perigoso à saúde, e que o ácido glioxílico, comum em
progressivas, não é permitido pela Anvisa e danifica os fios, especialmente com
calor.
Evitar alisamento após descoloração, pois os cabelos
descoloridos estão mais frágeis e sofrem danos severos com alisantes,
devendo-se esperar um intervalo seguro (mediante consulta a um profissional) ou
evitar combinar os procedimentos.
Seguir as Instruções, fazendo o teste de mecha antes de
aplicar o produto; evitando o contato com o couro cabeludo e enxaguando bem os
cabelos, e reduzindo o uso de prancha/secador, pois o calor intensifica os
danos aos cabelos.
Ficar atento a sinais de alerta, interrompendo imediatamente
o uso se sentir ardência, coceira ou dificuldade para respirar, procurando um
médico, em caso de reações adversas, e relatando o problema à Anvisa pelo
sistema e-Notivisa (https://www.gov.br/pt-br/servicos/notificar-problemas-com-produtos-sujeitos-a-vigilancia-sanitaria).
Para os profissionais de salões de beleza
Usar produtos seguros, comprando alisantes de fornecedores
confiáveis, com registro na Anvisa, evitando aplicar produtos caseiros,
importados sem registro ou com ácido glioxílico, e recusando-se a aplicar
produtos sem registro ou com ingredientes proibidos, mesmo que o cliente
insista, pois a responsabilidade profissional e os riscos à saúde devem
prevalecer.
Proteger-se e proteger o cliente, usando luvas e máscaras
durante a aplicação para evitar contato com substâncias químicas; trabalhando
em locais ventilados para reduzir a inalação de vapores, informando os clientes
sobre os riscos e realizando testes de mecha.
Evitar procedimentos combinados, não aplicando alisantes em
cabelos recém-descoloridos, pois a combinação aumenta os danos à saúde capilar.
Relatar problemas à Anvisa, notificando reações adversas ou
produtos suspeitos através do sistema e-Notivisa (https://www.gov.br/pt-br/servicos/notificar-problemas-com-produtos-sujeitos-a-vigilancia-sanitaria)
Orientar o cliente a buscar ajuda médica.
Crime hediondo – O Informe de Segurança nº 03/2025/Anvisa
alerta também para o fato de que a adição de formol a cosméticos é considerada
infração sanitária grave e pode configurar crime hediondo, nos termos do art.
273 do Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de
1940).
Secom PB
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