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Boletim constata redução no número de casos de sífilis congênita e em gestantes na Paraíba.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Executiva de Vigilância em Saúde e do Núcleo de IST/Aids, divulgou o boletim epidemiológico da sífilis, referente ao primeiro semestre de 2025, no qual foi registrada redução no número de casos de sífilis congênita (transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez) e em gestantes. Foram 94 casos notificados de sífilis congênita, entre janeiro e junho de 2025, o que corresponde a uma redução de 113 casos em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 207 casos.

De acordo com o boletim, a taxa de incidência, que era de 9,5%, passou para 4,4% em 2025. Quanto à sífilis em gestantes, foram registrados 459 casos. Em 2024, no mesmo período, foram 501. No que diz respeito à sífilis adquirida houve um aumento. No boletim de 2025 foram registrados 1.246 casos e, no ano passado, 1.104.

O diagnóstico e tratamento precoce da sífilis na gestante são cruciais para prevenir a sífilis congênita (transmitida para o bebê), que pode causar graves problemas de saúde no bebê, incluindo aborto espontâneo, natimorto, baixo peso ao nascer, problemas ósseos, neurológicos e de desenvolvimento. O tratamento adequado da gestante com sífilis reduz significativamente o risco de transmissão para o bebê.

Os testes de sífilis devem ser realizados na primeira consulta do pré-natal; no início do terceiro trimestre da gravidez e no momento do parto. Caso o resultado seja positivo, iniciar o tratamento imediatamente com benzilpenicilina benzatina, o medicamento de escolha para sífilis na gestação. Além disso, durante o pré-natal devem ser realizados exames para avaliar a eficácia do tratamento.

De acordo com a chefe do Núcleo IST/Aids, Joanna Ramalho, o boletim apresenta um cenário extremamente positivo para o estado da Paraíba. “Essa redução do número de casos da sífilis congênita traz para o nosso estado um cenário importante em nível nacional, porque o país, assim como a Paraíba, tem buscado a eliminação da transmissão vertical da doença”, comemorou.

Conforme Joanna, essa redução é o resultado de um trabalho de sucesso que vem sendo realizado rotineiramente pelo estado e os municípios. “É um sinal de que o pré-natal vem sendo feito com bastante eficiência; os testes estão sendo distribuídos para todos os municípios do estado e o tratamento também está sendo adequado por profissionais que estão sempre recebendo qualificações”, pontuou.

Quanto ao aumento dos casos de sífilis adquirida - transmitida por meio de relação sexual não protegida -, embora estejam dentro da média, é um grande desafio para a Secretaria. “Por ser uma infecção sexualmente transmissível, muitas vezes silenciosa, assintomática, é transmitida de pessoa para pessoa nas relações sexuais. Daí a dificuldade de haver um monitoramento por parte do poder público, já que é uma atitude pessoal e, cada vez mais, percebe-se o abandono do uso dos preservativos nas relações sexuais. Mesmo assim, detectar a sífilis, tratar, educar e evitar novas transmissões é uma das ações da SES”, finalizou.

Casos de sífilis congênita por municípios - De acordo com o boletim do primeiro semestre de 2025, a centralização dos casos de sífilis congênita  está na 1ª Região  de Saúde, com 68,1 % dos casos, sendo a cidade de João Pessoa a mais prevalente, registrando 48 casos (6 casos novos registrados desde o mês anterior), com o percentual de 51,1 % dos registros, seguido por Bayeux, com oito casos (8,5%) e na 16ª Região, Campina Grande registrou oito casos (8,5 %).

A SES reforça que todos os casos de sífilis congênita devem ser investigados pelas equipes de vigilância municipal e a ficha investigada deve ser enviada para a equipe técnica estadual para fins de avaliação dos casos. Essa ação é um instrumento de monitoramento que fortalece a vigilância da sífilis no território.

 

Assessoria

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