Jovem sobrevive à cirurgia para retirar prego cravado no coração: 'Nasci de novo'
Uma cirurgia de alto risco salvou um ajudante de obras em
Santa Catarina, que foi acidentalmente atingido no coração por um prego durante
o trabalho.
Um acidente por pouco não terminou em tragédia em Passo de
Torres, no litoral de Santa Catarina. Ederson Scheffer da Silva, de 17 anos,
ajudante de obras, sobreviveu após ser atingido no peito por um pino de metal
disparado por uma ferramenta de trabalho.
O objeto atravessou o esterno, osso que fica no centro do
peito, e ficou a poucos milímetros de perfurar uma das câmaras do coração— o
que seria fatal, segundo os médicos.
"O coração entraria em falência porque não consegue
fazer a contração. Se ele tivesse tido a perfuração na câmara, não ia ter
cirurgia pra gente contar", contou Américo Kitawara, cirurgião
cardiologista
“Eu não morri por pouco, muito pouco”, afirmou Ederson, que
se recupera em casa após uma cirurgia de alto risco feita com o coração ainda
batendo.
O acidente aconteceu enquanto o jovem trabalhava na
instalação de um forro de madeira. Ao entregar um equipamento a um colega, o
disparo foi acidental:
“Ele pegou e disparou. Colocou o dedo no gatilho, é bem
levinho o gatilho de compressor, né? E aí disparou no meu peito”, contou
Ederson. “Me colocaram no carro, já não enxerguei mais nada. Quando vi, estava
no hospital",
A ferramenta usada no serviço era um pinador pneumático, que
dispara pinos de metal sob pressão. O modelo conta com uma trava de segurança
que, segundo o pai do jovem, havia sido removida para agilizar o trabalho. “Tem
muitos que soltam a trava pra agilizar o serviço. Foi o que aconteceu”, afirmou
Elias Macedo.
Após um raio-x em um hospital próximo de sua casa, Ederson
foi transferido com urgência para um hospital especializado em cardiologia na
cidade de Sombrio, a cerca de 40 quilômetros.
“Havia presença de coágulos e de sangramento ativo indicando
que realmente tinha ocorrido uma lesão no músculo cardíaco. Nessa
circunstância, na qual tem uma perfuração do músculo cardíaco, o procedimento
realmente é cirúrgico”, explicou João Luiz Ambros von Holleben, chefe da UTI.
A operação durou cerca de três horas e meia e foi feita com o
coração batendo. O hospital, que é referência nesse tipo de cirurgia, nunca
havia realizado um procedimento como esse. "Com um prego, foi a primeira
vez e espero que a última", contou Von Holloben.
Ederson teve alta em uma semana e está se recuperando em casa
A cicatriz no peito virou símbolo de uma segunda chance. “Nasci de novo
praticamente, porque foi um milagre mesmo”, disse o jovem.
Por Fantástico
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