Cinco policiais são presos em operação que investiga mortes de cinco jovens no Conde.
Cinco policiais foram presos na manhã desta segunda-feira
(18), suspeitos de envolvimento na morte de cinco pessoas, no Conde, Litoral
Sul da Paraíba. O caso aconteceu em fevereiro de 2025.
A operação reuniu 72 agentes do Ministério Público, Polícia
Civil e Polícia Militar. Foram expedidos seis mandados de prisão temporária,
mas apenas cinco foram cumpridos. Segundo informações da TV Cabo Branco, um
sexto policial está em viagem aos Estados Unidos e não foi preso. Também foram
cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dos policiais suspeitos.
O advogado de defesa dos policiais, Luiz Eduardo, afirma que
os jovens atiraram contra os policiais, que reagiram disparando e ferindo as
vítimas. Ele também afirma que o policial militar que está nos Estados Unidos
vai se apresentar quando retornar ao Brasil e que os policiais presos vão
fornecer as informações necessárias.
O caso que resultou na operação desta segunda-feira (18),
aconteceu na noite do dia 15 de fevereiro de 2025. Segundo a Polícia Militar,
os cinco jovens, com idades entre 17 e 26 anos, estavam se preparando para
fazer um ataque no Conde, para vingar um feminicídio cometido horas antes.
Na mesma data, uma mulher havia sido morta por ter encorajado
uma amiga, vítima de violência, a se separar do marido. O homem, com raiva,
matou a mulher como vingança.
Então, de acordo com a PM, o filho da vítima reuniu amigos
para vingar o assassinato. O veículo foi interceptado por viaturas da Polícia
Militar e ao chegar na Ponte do Arco, o carro foi atingido por vários tiros, o
que resultou nas mortes de todos os ocupantes. As vítimas foram identificadas
como:
>Fábio Pereira da Silva Filho, de 26 anos
>Emerson Almeida de Oliveira, de 25 anos
>Alexandre Bernardo de Brito, de 17 anos
>Cristiano Lucas, de 17 anos
>Gabriel Cassiano de Sousa, de 17 anos (filho de Ana
Gabriela, vítima do feminicídio)
Os policiais militares trabalham no 5º Batalhão da Polícia
Militar de João Pessoa e atuavam na Zona Sul da capital. Segundo informações da
TV Cabo Branco, alguns deles também prestavam serviços ao influenciador Hytalo
Santos, preso na última sexta-feira (15), em São Paulo, suspeito de tráfico
humano e exploração sexual infantil. Apesar disso, a operação não tem relação
com a investigação contra o influenciador.
Eles vão aguardar a audiência de custódia na Central de
Polícia de João Pessoa.
Um laudo pericial aponta que os carros onde estavam os cinco
jovens mortos durante uma ação policial, na Grande João Pessoa, foram atingidos
por mais de 90 tiros. Quase todos os disparos partiram de fora para dentro, com
exceção de apenas um, que foi efetuado de dentro de um dos veículos.
Segundo o laudo da perícia, foram identificados 74 disparos
em um dos veículos e 18 no outro. Todos os tiros partiram de fora para dentro
dos carros, com exceção de apenas um disparo, que foi efetuado de dentro para
fora.
Os dois veículos foram levados do local do crime pelos
policiais militares para o pátio da Cidade da Polícia Civil, onde ocorreu a
perícia, o que foi criticado pelo perito do caso. "Não houve perícia no
local do confronto e não se sabe em que condições os veículos foram trazidos à
Central de Polícia, o que gera questionamentos sobre a preservação dos
vestígios", registra a perícia.
A guia de atendimento no Hospital de Emergência e Trauma de
João Pessoa mostra que todos os jovens chegaram mortos, com múltiplos
ferimentos por arma de fogo no crânio, tronco e membros inferiores. A causa da
morte foi praticamente a mesma para todos os jovens: traumatismo cranioenfálico
associado com hemorragia torácica.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) também instaurou um
procedimento administrativo para acompanhar e fiscalizar a investigação
policial. A ação quer verificar se todas as providências foram tomadas para
investigar as condições nas quais se deram a ação policial.
Os familiares dos jovens contestam a versão apresentada pela
Polícia Militar, de que os jovens entraram em confronto com os agentes e, até,
que as vítimas eram envolvidas com criminalidade.
Por g1 PB
Nenhum comentário