INSS devolve mais de R$ 1 bilhão a beneficiários com descontos ilegais.
Cerca de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas que tiveram
descontos ilegais em seus benefícios já receberam R$ 1,084 bilhão em
ressarcimentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de acordo com
informações divulgadas pelo instituto nesta segunda-feira (11). Os débidos
indevidos foram executados por associações entre março de 2020 e março de 2025.
O dinheiro para o reembolso vem da medida provisória assinada
em julho que libera R$ 3,31 bilhões para o cumprimento dos acordos judiciais.
Por se tratar de crédito extraordinário, os recursos estão fora da meta de
resultado primário e do limite de gastos do arcabouço fiscal.
A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu na Justiça o
bloqueio de R$ 2,8 bilhões em ativos de associações, pessoas físicas e empresas
investigadas no esquema de fraude no INSS. O dinheiro levantado com a venda
desses ativos cobrirá os gastos do governo para ressarcir os aposentados e
pensionistas.
Pagamentos
Os ressarcimentos começaram em 24 de julho, em parcela única,
com correção dos valores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). Cada aposentado ou pensionista recebe diretamente na conta onde o
benefício cai mensalmente.
Os pagamentos se dão por ordem de adesão ao acordo com INSS.
Quem aderiu primeiro, vai receber primeiro. A contestação pode ser feita até 14
de novembro de 2025, e a adesão continuará disponível mesmo após essa data.
A adesão não exige envio de documentos, e o aposentado ou
pensionista confirma o acordo que permite o ressarcimento por via
administrativa, sem precisar entrar na Justiça.
Quem pode aderir?
Podem aderir ao acordo os aposentados e pensionistas que
contestaram os descontos indevidos e não receberam resposta da entidade ou
associação após 15 dias úteis.
A adesão é gratuita e, antes de assinar o acordo, os
aposentados e pensionistas podem consultar o valor que têm a receber. A adesão
é feita exclusivamente pelos seguintes canais:
>Aplicativo ou site Meu INSS;
>Agências dos Correios em mais de 5 mil municípios.
A central telefônica 135 está disponível para consultas e
contestações, mas não realiza adesão ao acordo.
Como aceitar o acordo pelo aplicativo Meu INSS?
>Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;
>Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir
Exigência” em cada pedido (se houver mais de um);
>Role a tela até o último comentário, leia com atenção e,
no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”;
>Clique em “Enviar” e pronto. Depois basta aguardar o
pagamento
Ainda dá tempo de fazer a contestação?
Os canais de atendimento para consulta e contestação dos
descontos feitos pelas entidades seguem abertos e ficarão disponíveis até 14 de
novembro. Esse prazo pode ser prorrogado, se houver necessidade. Os pedidos
podem ser feitos pelo:
>Aplicativo Meu INSS
>Central de atendimento 135
>Agências dos Correios, em mais de 5 mil unidades pelo
país
Como funciona o processo até a adesão ao acordo?
>O beneficiário registra a contestação do desconto
indevido;
>Aguarda 15 dias úteis para que a entidade responda;
>Se não houver resposta nesse prazo, o sistema abre a
opção para adesão ao acordo de ressarcimento.
E quem recebeu resposta da entidade?
Nesses casos, os documentos estão em análise e, por isso, o
beneficiário ainda não têm a opção de aderir ao acordo. O aposentado ou
pensionista será notificado e poderá, pelo aplicativo Meu INSS ou em uma
agência dos Correios, aceitar os documentos, contestar por suspeita de
falsidade ideológica/indução ao erro ou dizer que não reconhece a assinatura.
Se houver a contestação pelo beneficiário, a entidade será
intimada a devolver os valores em até cinco dias úteis, e o caso vai passar por
uma auditoria. Caso não haja a devolução, os aposentados e pensionistas serão
orientados sobre medidas judiciais cabíveis, com apoio jurídico em parceria com
as Defensorias Públicas dos estados.
Agência Brasil
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