Picuí: Reserva ecológica ajuda a preservar a Caatinga e promove ecoturismo na Paraíba.
Local preserva inúmeras espécies catalogadas por pesquisas
científicas em Picuí, no Curimataú paraibano.
Uma reserva ecológica localizada na zona rural da cidade de
Picuí, no Curimataú da Paraíba, tem ajudado a preservar o bioma Caatinga, um
dos mais importantes do mundo. A iniciativa existe desde 2005 e conta com a
ajuda de pesquisadores universitários para promover o ecoturismo na região.
A Reserva Olho D'Água das Onças é uma área com mais de 20
hectares de conservação ambiental. O local recebeu esse nome porque na década
de 1970 havia relatos do aparecimento de onças da espécie suçuarana na região.
Segundo especialistas, as onças não habitam mais no local em virtude da ação
humana.
Buba Germano, fundador da reserva, explicou que a missão do
local é preservar o bioma Caatinga para garantir a existência da biodiversidade
para as próximas gerações.
"A missão é preservar a diversidade do bioma caatinga,
vidas humanas, animais e vegetais. Nós temos que formar as novas gerações do
que a natureza nos ofereceu para que no futuro a gente não passe pelo que
estamos passando no mundo", explicou Buba Germano.
Segundo o sistema MAPBiomas, a Paraíba apresentou mais de 600
pontos de alerta para desmatamento da Caatinga somente no primeiro semestre
deste ano. Apesar de preocupantes, os dados também mostram uma diminuição de
quase 50% nos alertas, com mais de 5 mil hectares de vegetação nativa
preservados no estado, demonstrando a importância das reservas ecológicas.
Neste ano, que marca os 20 anos de atuação da Reserva Olho
D'Água das Onças, o local foi reconhecido pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Governo Federal, como uma unidade de
conservação de domínio privado, o que reforça a garantia de conservação da
área.
Através de pesquisas acadêmicas, centenas de espécies foram
catalogadas no espaço - entre animais e vegetação nativa. E além do fomento à
ciência, a reserva também é fonte de renda para famílias que moram em áreas
próximas.
Agricultores da região enxergam na biodiversidade uma
oportunidade para empreender e desenvolvem trabalhos voltados à venda de
produtos artesanais. As Mulheres da Quixaba, associação que participa
ativamente da reserva, vai representar a Paraíba na Conferência das Nações
Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30.
"Na zona rural é bem difícil a parte financeira, a gente
tem que ter a renda vinda da agricultura familiar. Nessa associação são 25
mulheres, algumas produzindo e outras na parte de gestão. E a gente está com
muito entusiasmo para fortalecer ainda mais a agricultura familiar",
relatou Adriana Mahomed, agricultora e empreendedora local.
As parcerias também são mantidas com outros projetos que têm
o mesmo propósito da reserva: preservar o meio ambiente e, principalmente, o
bioma Caatinga.
O lugar também conta com restaurante e museus que contam a
história da região. Frequentemente excursões levam crianças para conhecer mais
da riqueza da biodiversidade local, garantindo que as novas gerações conheçam e
preservem o meio ambiente.
Por g1 PB
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